A MOTIVAÇÃO NA UNIVERSIDADE: UM MAPEAMENTO DO GRAU MOTIVACIONAL DOS ESTUDANTES DE LÍNGUA JAPONESA DE UM CURSO SUPERIOR

Resumo

A motivação no contexto educacional tem chamado cada vez mais atenção, sobretudo no ensino superior. Segundo Bzuneck (2009, p. 11), a motivação do estudante influencia no seu próprio processo de aprendizagem e a ausência de motivação pode custar a qualidade desse processo, assim como o seu desenvolvimento acadêmico e social. Tendo então como base a Teoria da Autodeterminação elaborada por Richard Ryan e Edward Deci em 1981, o presente artigo levantou dados numéricos usando como instrumento a Escala de Motivação para Aprender de Universitários (EMA-U), elaborada e previamente testada por Evely Boruchovitch, em 2008, visando à investigação dos níveis motivacionais dos estudantes do curso de licenciatura em Língua e Literatura Japonesa da Universidade de Brasília. Os dados foram analisados a partir de duas perspectivas: 1) ano de ingresso e 2) disciplina em curso no semestre de aplicação. As análises por 1) ano de ingresso mostraram que entre os discentes ingressantes no período de 2012 a 2017, existe uma baixa correlação entre o ano de ingresso e a motivação intrínseca, enquanto existe uma correlação moderada entre o ano de ingresso motivação extrínseca. Ao excluir o ingresso em 2012, ou seja, entre os discentes ingressantes no período de 2013 a 2017, obteve-se uma correlação forte entre o ano de ingresso e a motivação intrínseca e uma correlação fraca entre o ano de ingresso e a motivação extrínseca. Nas análises por 2) disciplina em curso no semestre da aplicação, que vão de Japonês 1 (1º semestre do fluxo) Estágio Supervisionado do Japonês 2 (9º semestre do fluxo) não foram apresentados valores correlacionais consideráveis entre a disciplina em curso e as motivações. Ao limitar a amostra entre os que estavam cursando as disciplinas de Japonês 1 (1º semestre do fluxo) a Japonês 7 (7º semestre do fluxo), ambas as motivações apresentam correlação moderada com a posição dos discentes no fluxo do curso. Os resultados obtidos não validaram a hipótese de que a motivação intrínseca apresente valores mais altos que decaem com o decorrer do curso e que a motivação extrínseca apresente valores mais baixos no início do curso e mais altos no final.