ENTRE MEMES E STICKERS NA AMAZÔNIA: A CIRCULAÇÃO DE FOTOGRAFIAS CLANDESTINAS DE PROFESSORES NA CULTURA MIDIÁTICA
Resumo
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa em andamento e tem o objetivo de propor uma reflexão acerca da difusão sem controle de fotografias clandestinas de professores do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (Icsez) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em Parintins-AM, que trafegam em redes sociais sob a forma de memes e stickers a partir do conceito de circulação discutido por Braga (2006 e 2017) e Fausto Neto (2011). Esta reflexão partiu da observação de casos pontuais, embora recorrentes, envolvendo a prática de captura de imagens de professores por alunos, sem autorização prévia, durante o cotidiano do exercício de suas profissões ou em atividades socias. Essas fotografias, adaptadas à linguagem e estética dos memes e stickers, carregadas de humor e ironia, são difundidas em mídias digitais, como aplicativos de mensagens instantâneas a exemplo do Whatsapp. Não se intenciona desenvolver uma discussão legalista em torno dessas práticas midiáticas. Contudo, pretende-se, a partir de uma revisão bibliográfica sobre os formatos midiáticos memes (Dawkins (2007); Shifman (2013) e Lima-Neto (2014)) e stickers (Paiva (2015) e Melo (2019)) e da observação dos casos, discutir questões como a ausência de controle sobre a difusão de fotografias digitais clandestinas na internet; as implicações desse modelo de produção midiática; e os impactos dessas novas formas de interação com a tecnologia em ambientes educacionais.