A LÍNGUA PORTUGUESA E A FORMAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS: O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA EM MOÇAMBIQUE
Resumo
Com este artigo pretendemos compreender como a regra da formação das estratégias, concebida por Michel Foucault, explica o funcionamento das práticas linguístico-discursivas em torno das estratégias teórico-metodológicas de leitura e de escrita na formação de professores nos Institutos de Formação de Professores (IFPs) em Moçambique. Assim, questionamos como a contradição e a governamentalidade, na ótica de Foucault, perpassam as práticas discursivas dos formadores dos IFPs sobre as estratégias teórico-metodológicas ligadas a leitura e a escrita, tendo em conta as suas condições de formulação enunciativas. Desta forma, enquadramos o estudo na perspectiva teórico-metodológica da análise do discurso franco-brasileira, sob viés das regras de formação discursiva definidas por Foucault na arqueologia, na qual destaca a formação das estratégias. Neste sentido, a análise mostra que as estratégias teórico-metodológicas estão em contradição discursiva, pois os enunciados dos formadores, dos formandos e do Plano Curricular de Formação de Professores não se encontram numa mesma série enunciativa. Os pontos de equivalência são visíveis na existência de duas posições na implementação do tal plano (o ensino ou não do Português na sala de aula por parte dos formadores). Finalmente, há necessidade de busca de uma regularidade em torno das dificuldades de implementação de uma prática pedagógica menos conflitante no ensino desta língua.
PALAVRAS-CHAVE: Língua Portuguesa; Formação das Estratégias; Ensino de Leitura e da Escrita.