PRISMA - Revista de Filosofia
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<p style="text-align: justify;"><strong>PRISMA é uma revista eletrônica do Departamento de Filosofia, da Universidade Federal do Amazonas - UFAM, que visa a publicação de artigos, resenhas e traduções nas mais diversas áreas da pesquisa filosófica. </strong></p> <p style="text-align: justify;"><strong>ISSN: 2359-2133. </strong><strong>Qualis A4.</strong></p>Universidade Federal do Amazonas - UFAMpt-BRPRISMA - Revista de Filosofia2359-2133DO CRÂNIO NA CABECEIRA AO LIMO DOS OCEANOS: VIOLÊNCIA E FRATRICÍDIO NA PÓS-COLÔNIA
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<p>Este artigo tem como objetivo rastrear as diversas incidências e táticas de uso do poder colonial na filosofia de Achille Mbembe, por meio da análise e comparação de diversas obras do autor. Para isso, exploramos múltiplos aspectos, começando pelo caráter arbitrário do discurso colonial, passando pela investigação de como o arquivo colonial forjou uma imagem exotizada que fomentou uma dimensão tátil do poder, até chegar ao diagnóstico das dinâmicas de compartimentação do mundo racializado. Analisamos também a articulação da violência pelo colonizado como prática restauradora da humanidade, seus perigos e o risco de uma possível circulação infinita da morte. Ao fim do texto, fazemos uma provocação para estimular possíveis soluções e saídas para os problemas e dilemas apresentados. Também recorremos à bibliografia de Frantz Fanon, cuja influência é crucial para os estudos de Mbembe, especialmente nos tópicos abordados. Nosso principal objetivo é estudar a potencialidade (como ferramenta anticolonial descrita por Fanon) e os perigos das mil faces da violência e suas expressões no contexto da colônia e da pós-colônia.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Achille Mbembe; filosofia contemporânea; filosofia pós-colonial; racismo; violência.</p>Gustavo Silva dos SantosClaudio Vinícius Felix Medeiros
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2024-12-152024-12-1562115SEMELHANTES INFERIORES: AS MULHERES ENQUANTO GUARDIÃS EM REPÚBLICA V, DE PLATÃO
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<p>Este artigo visa, a partir do livro V da<em> República</em> de Platão, tratar da inserção e da função da mulher, no projeto político-pedagógico da <em>kallípolis</em>, que em sua constituição não determina função privativa das mulheres, uma vez que tanto a natureza feminina quanto a masculina, quando aptas, por natureza, podem desempenhar a função de guardiães da cidade, com a ressalva de que a mulher possui uma constituição física mais fraca (<em>Rep. </em>V<em>, </em>455e). Visa também, a partir do livro II da <em>República</em> argumentar que é a comunhão que vai estabelecer o bem de toda a cidade, portanto, a mulher precisa ter uma educação física e intelectual, tal qual seus pares, que lhe possibilite a excelência e superioridade dada por meio do aprendizado da ginástica e da música (456e). Desta maneira, recorremos a Paulo Butti, que argumenta que a mulher deixa de ser vista como objeto, para ser vista como um sujeito capaz de exercer atividades dentro da <em>pólis</em>. A respeito da tese da inferioridade, utilizamos a tese de Vânia dos Santos, que analisa esta diferenciação a partir da dicotomia entre <em>Soma </em>e <em>Psyché. </em>Além disso, escolhemos tratar brevemente acerca dos antecedentes da ideia de comunidade, assentados no Pitagorismo e no modelo de organização política e familiar espartana.</p> <p><strong>Palavras-chave: </strong>natureza; função; mulheres.</p>Vitória Alexandra Silva da Silva
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2024-12-152024-12-15621636ELEMENTOS E IMAGENS DA VIDA SUBJETIVA NA OBRA MINIMA MORALIA, DE THEODOR ADORNO, E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO DE HUMANIDADES
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<p>O presente artigo propõe uma reflexão sobre a condição do indivíduo no mundo contemporâneo, concentrando-se nas determinações que o empurram para o declínio, no que diz respeito a autonomia e autodeterminação. Assim sendo, tem como objetivo geral elucidar elementos e imagens relativas à experiência subjetiva na primeira parte da obra <em>Minima Moralia</em>, de Theodor W. Adorno. O trabalho organiza-se a partir de uma pesquisa bibliográfica em Adorno e Horkheimer (1985); Adorno (1993 e 2022), além de Lee (2019) e Estevez (2023). O trabalho mapeia e coloca em questão fragmentos da obra <em>Minima Moralia </em>referentes à dissolução da subjetividade no mundo contemporâneo, delineando as manifestações dessas ocorrências na vida ordinária dos indivíduos; identifica aspectos que atestam o enfraquecimento do contato, como fruto das formas culturais no capitalismo avançado e aponta as implicações da crise da subjetividade para o ensino de humanidades.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Theodor Adorno; <em>Minima Moralia</em>; teoria crítica; subjetividade; ensino.</p>Cleidson de Jesus RochaÉriton Maia de Macêdo
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2024-12-152024-12-15623751A TRANSFERÊNCIA FREUDIANA E AS FIGURAS DA RETÓRICA: UMA POSSÍVEL APROXIMAÇÃO
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<p>Por meio de uma análise semântica e conceitual, pretende-se neste artigo revisitar o conceito freudiano de <em>transferência </em>(<em>Übertragung</em>), pondo-o em contato com o campo da retórica. Com efeito, a expressão “em sentido figurado” pode ser dita, em alemão, <em>im übertragenen Sinn</em>, literalmente “em sentido transferido”. Partindo desse fato semântico, voltamo-nos à retórica e à sua definição de <em>figura</em>, procurando relacioná-la com um uso não-clínico do verbo <em>übertragen </em>no próprio Freud. Nota-se que, antes de se referirem a um conceito clínico, o verbo <em>übertragen </em>e o substantivo <em>Übertragung </em>detinham sentidos bem mais amplos sob a pena freudiana e muito próximos da definição retórica de <em>figura</em>. “Transferir”, por fim, seria uma operação genérica do aparelho psíquico, a um só tempo dinâmica (transfere-se energia psíquica) e semântica (com isso, transfere-se <em>sentido</em>); esse aparelho seria uma espécie de máquina de retórica com a qual o analista tem de trabalhar em seu ofício terapêutico.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: transferência; figura; psicanálise; retórica; sentido.</p>Pedro Fernandez de Souza
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2024-12-152024-12-15625271A CRÍTICA RAWLSIANA À MERITOCRACIA: NOTAS SOBRE ARBITRARIEDADE E DEMOCRACIA
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<p>O presente artigo tem como objetivo demonstrar as críticas presentes na obra de John Rawls à ideologia conhecida popularmente como meritocracia. Através de duas linhas argumentativas, buscarei defender que o mérito, enquanto princípio de justiça, encontra problemas para sustentar sua posição. Assim, será apresentada a forma como o conceito de loteria da vida se envolve diretamente com a ideia de uma meritocracia, o que a levaria a se fundamentar em uma arbitrariedade moral. Abordarei como a escolha de princípios de justiça precisa conciliar e propiciar liberdade à vida dos cidadãos ao mesmo tempo em que corrige as desigualdades existentes na medida do possível e, portanto, a mais democrática possível. Isto conflita diretamente com os objetivos de uma meritocracia, cuja consideração pelo outro é deixada como secundária, em virtude da valoração e julgamento dos talentos e habilidades de cada sujeito. Tal questão, faz-se especial para este trabalho, uma vez que a crítica tradicional de Rawls acaba por não lançar mão dos argumentos com base na interpretação de igualdade democrática dos princípios.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> meritocracia; teorias da justiça; John Rawls; mérito.</p>Diego Lopes
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2024-12-152024-12-15627289A EXPERIÊNCIA INTERIOR EM GEORGES BATAILLE: A MORTE, A COMUNICAÇÃO, O EROTISMO, O LIMITE
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<p>Georges Bataille (1897–1962) foi um dos principais representantes da filosofia francesa do século XX. No entanto, até 1962, ano de sua morte, não foi reconhecido em vida enquanto referência literária-filosófica. A notoriedade de seu trabalho se deu, principalmente, após o lançamento — organizado por Michel Foucault (1926–1984) e publicado pela Gallimard — de suas Obras Completas, composta por doze volumes. Esta edição permitiu-nos captar como o pensamento, na obra batailliana, é refletido no fulgor e na potência do instante, o que se evidencia no caráter um tanto fragmentário de seus escritos, e em sua linguagem por vezes violenta e transgressiva. Isto posto, em sua filosofia há a recorrência de temas como a transgressão, o limite, o erotismo e a morte. À vista disso, o presente artigo propõe-se analisar o que Bataille entende por experiência interior, conforme o expõe em obra de mesmo título, originalmente publicada em 1943, e como esse conceito relaciona-se às noções de morte, comunicação e erotismo.</p> <p><strong>Palavras-chaves</strong>: Bataille; experiência interior; não-saber; dispêndio; Nietzsche.</p>João Pedro Azevedo Lima
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2024-12-152024-12-156290104AMIZADE: BENEVOLÊNCIA E RECIPROCIDADE NA ÉTICA A NICÔMACO
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<p>Este artigo debruça-se sobre o conceito de Amizade, desenvolvido por Aristóteles no livro Ética a Nicômaco, e a sua relação com os conceitos de benevolência e reciprocidade. Partindo do princípio de que na amizade a benevolência precisa ser conhecida, e quando a esta se se acrescenta a reciprocidade, pode-se conceber uma amizade, cujo fim é o prazer ou a utilidade ou o outro em si mesmo, denominado por Aristóteles como amizade pelo prazer, amizade pela utilidade e amizade perfeita. Assim, ao analisar a Ética a Nicômaco, pode-se perceber que o conceito de benevolência é suficientemente amplo para abarcar a forma qualificada de afeição e hábito que existem nas amizades e que envolve não só o querer bem a alguém, mas, fundamentalmente, o que ama e o bem que se dispensa. O conceito de reciprocidade, da maneira como é apresentado pelo filósofo, torna-se imprescindível para a compreensão tanto das amizades entre iguais quanto entre desiguais. Dessa forma, a benevolência e a reciprocidade estão intimamente ligadas para que haja amizade e, uma vez existido, não acabe, isto é, são conceitos que se relacionam e se tornam necessários à categorização e constituição da amizade.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Aristóteles; <em>Ética a Nicômaco</em>; amizade; benevolência; reciprocidade.</p>André Luiz Bernardo Storino
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2024-12-152024-12-1562105127ABORDANDO O SENSO COMUM E A CIÊNCIA NAS AULAS DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO
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<p>O presente artigo tem como objeto refletir acerca da relação entre senso comum e ciência tal como fora trabalhada nas aulas de filosofia para o ensino médio em preparação à Feira de Ciências, indagando<strong>,</strong> enquanto problema de pesquisa<strong>,</strong> as diferentes percepções que os estudantes têm a respeito do senso comum e da ciência. Trata-se de observar a relação entre senso comum e ciência não como uma relação excludente, mas sim de existência de elementos comuns que se aperfeiçoam, se refinam. Nossa hipótese inclina-se pelo reconhecimento da importância do senso comum enquanto depositário da sabedoria popular e de experiências, bem como de sua relevância para o conhecimento científico apresentado aos estudantes através do caso dos Profetas da Chuva e suas previsões, dialogando com os meteorologistas. No tocante ao método, como decorre do exposto, trata-se de uma pesquisa bibliográfica.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> senso comum; ciência; sabedoria popular; ensino de filosofia.</p>Márcia Araújo da CostaJosé Carlos Silva de Almeida
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2024-12-152024-12-1562128145NATURAL PHILO-THEOLOGIES: ECO-METAPHYSICS IN TRADITIONAL SHAMANISM AND ENTHEOGENIC RELIGIONS
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<p>The central purpose of this work is to present a correlation of forces established between metaphysics and ecology in traditional shamanism and entheogenic religions: in order to show how the respective wisdom traditions work together towards the sustainability and regeneration of planet Earth. Using an analytical-descriptive methodology that combines a bibliographical review of renowned authors, phenomenological experience in the field of research, close reading and creative writing on the themes listed, the aim of this article is to highlight the extent to which the shamanic cosmovisions of North and South America, as well as their contemporary offshoots, namely Santo Daime and the Native American Church, open up space not only for thinking about a <em>philo-theology</em>, but also an <em>eco-metaphysics</em> – ideas that will be elucidated in the course of this paper. In general lines, the reflections raised here idealize to introduce, from the perspective of contemporaneity, a philosophical reading of the plural ontologies and natural ethics stemming from the primordial wisdoms.</p> <p><strong>Keywords</strong>: decolonial philosophy; plural ontologies; natural ethics; traditional shamanism; entheogenic religions.</p>Jan Clefferson Costa de Freitas
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2024-12-152024-12-1562146162