PRISMA - Revista de Filosofia //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma <p style="text-align: justify;"><strong>PRISMA é uma revista eletrônica do Departamento de Filosofia, da Universidade Federal do Amazonas - UFAM, que visa a publicação de artigos, resenhas e traduções nas mais diversas áreas da pesquisa filosófica. </strong></p> <p style="text-align: justify;"><strong>ISSN: 2359-2133. </strong><strong>Qualis A4.</strong></p> Universidade Federal do Amazonas - UFAM pt-BR PRISMA - Revista de Filosofia 2359-2133 PENSANDO AS ESMOLAS: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE DAR E RECEBER ESMOLAS SOB O PRISMA DE SANTO AGOSTINHO //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma/article/view/17477 <p>A pobreza extrema infelizmente tem se tornado uma chaga social permanente, e os que estão imersos nessa situação cada vez mais tem a necessidade de recorrer às esmolas. Agostinho que viveu em uma comunidade de extrema desigualdade social, trata do assunto em vários sermões e tratados, evidenciando que a esmola não é apenas um ato voluntário, mas uma obrigação do doador e um direito do necessitado. O termo latino <em>eleemosyna </em>(esmola) provém do grego, significando misericórdia. Assim, a esmola verdadeira é um ato em que a consciência do homem se consterna com a miséria alheia o levando a ação, de forma que ela brota do interior pela sensação de que é indigno a sociedade permitir que alguém não consiga prover seu próprio sustento. Em uma época em que não estava claro que isso também seria função do Estado, a esmola se constituía com esse binômio: obrigação e direito, como uma forma de justiça social antiga. Contudo, apesar de sua importância ela é uma medida necessária apenas porque existe extrema desigualdade social oriunda do pecado humano, logo o ideal é que não existisse uma sociedade com pessoas tão ricas e tão pobres em que alguém tenha que se sujeitar a inúmeras humilhações pedindo para não morrer de fome.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: pobreza; esmola; justiça social; Agostinho.</p> Ricardo Evangelista Brandão Copyright (c) 2024 2024-12-30 2024-12-30 6 Especial 1 18 A ‘SEVERIDADE BENEVOLENTE’, PRINCÍPIO FUNDANTE DA CONCEPÇÃO AGOSTINIANA DA ‘GUERRA JUSTA’ //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma/article/view/17332 <p>Baseado no princípio de que a “<em>ordinata concordia</em>” ou “<em>pax temporalis</em>” é o maior de todos os bens temporais do Estado<em>,</em> a qual está fundamentada nos princípios da “<em>Vera Justítia</em>” e “Ordem divina”, Agostinho introduz em sua doutrina ético-política o conceito de poder coercitivo, não como um bem em si, ou um fim em si mesmo, mas apenas como instrumento prático através do qual o Estado, punindo pelo reto ou justo castigo, garante a “<em>ordinata concordia</em>” ou “<em>pax temporalis</em>”, de forma que o pecador possa retornar à Ordem (finalidade mediata do Estado) e assim alcançar à Vida Eterna (finalidade teleológica do Estado). Assim sendo, enquanto meio, e não fim, os castigos por ele admitidos não devem ter um caráter de perseguição, vingança ou sadismo, mas de correção e reintegração do pecador à Ordem, por isso devem ser guiados pela “caridade ou mansidão cristã”, de forma que sejam norteados por uma “severidade benevolente”. E tais princípios devem ser igualmente aplicados em tempos de guerra, chegando assim a uma concepção cristã de “guerra justa” que, para que seja “justa”, deve seguir, necessariamente, quatro requisitos, a saber: 1) deve ser declarada por uma autoridade legítima; 2) deve ter uma causa justa; 3) sua intenção deve ser reta; 4) deve ser executada dentro da lei e com métodos humanitários.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: justiça; ordem; poder coercitivo; “mansidão cristã”; “guerra justa”.</p> Marcos Roberto Nunes Costa Copyright (c) 2024 2024-12-30 2024-12-30 6 Especial 19 40 A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE AMIZADE EM AGOSTINHO: DE UMA EXPERIÊNCIA VIVENCIAL DE “AMIZADE INCIPIENTE” À DEFINIÇÃO DE “VERDADEIRA AMIZADE” //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma/article/view/17333 <p>A amizade é tema recorrente na história da filosofia desde os mais remotos pensadores gregos, mas é com Platão e Aristóteles, e depois com os latinos, notadamente Cícero, que a questão ganha força, sendo este último o primeiro a escrever uma obra específica sobre o tema, o <em>Laelius de Amicitia, </em>que teria grande influência sobre Santo Agostinho, o qual, embora não tenha um escrito específico sobre a questão, muitas são as obras em que a ela se refere, seja para falar de suas experiências vivenciais de amizades, seja do ponto de vista teórico, quando a ela se remonta como instrumento conceitual ao tratar de diversos temas correlatos. Dos relatos de suas experiências vivenciais e especulações teóricas, resulta, em Agostinho, a construção evolutiva de uma concepção de amizade que vai de uma “amizade incipiente”, movida por interesses mundanos, pragmáticos e/ou filosófico-naturais, ao conceito de “verdadeira amizade”, alicerçada, por sua vez, no preceito evangélico da Caridade cristã, o que se conclui que “ama verdadeiramente ao amigo quem ama a Deus no amigo” (<em>Serm., </em>336, 2), que é a genuína concepção agostiniana de amizade.</p> <p><strong>Palavras-chave: </strong>Agostinho; ‘amizade incipiente’; ‘verdadeira amizade’; verdade e caridade cristãs.</p> Marcos Roberto Nunes Costa Copyright (c) 2024 2024-12-30 2024-12-30 6 Especial 41 65 O AMOR CARITAS COMO FUNDAMENTO DA PAZ EM SANTO AGOSTINHO //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma/article/view/17478 <p>A paz no pensamento de Agostinho é mais do que ausência de conflito, é um estado de ser a que todo ser humano aspira em sua ação no mundo. Para Agostinho ela começa no equilíbrio anímico, na capacidade do homem de viver a verdadeira virtude e superar internamente os conflitos que estão em seu interior como consequências do pecado original. O amor caritas, experimentado na Graça, é o que lhe dá essa possibilidade e lhe engendra uma nova perspectiva de ação na Civitas, que é capaz de realizar a paz como concórdia entre os homens. Em Agostinho mesmo a paz vivida no âmbito civil possui um fundo moral forte que é seu princípio.<br>Palavras-chave: graça; amor caritas; paz; civitas.</p> Matheus Jeske Vahl Copyright (c) 2024 2024-12-30 2024-12-30 6 Especial 66 81 AGOSTINHO E A AMBIVALÊNCIA DAS “DUAS CIDADES”: ELEMENTOS PARA UMA LEITURA EM PROL DA TOLERÂNCIA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma/article/view/17479 <p>O presente artigo se propõe a analisar a relação estabelecida por Agostinho entre a Cidade de Deus e a Cidade dos homens. Inicialmente, apresenta-se uma breve introdução sobre o realismo político agostiniano. Procede-se uma descrição acerca da origem do Estado e a função da Religião. Em seguida, passa-se a expor sobre o amor, a unidade e a paz entre os integrantes de um povo, além do voluntarismo e da ambivalência das “duas cidades”, a fim de concluir de que modo tais elementos podem contribuir para uma atuação dos cristãos na sociedade, promovendo uma convivência tolerante e pacífica.<br>Palavras-chave: Agostinho; Estado; amor; paz; tolerância.</p> Bento Silva Santos Camila Melo Silva Copyright (c) 2024 2024-12-30 2024-12-30 6 Especial 82 97 A FILOSOFIA DA HISTÓRIA EM A CIDADE DE DEUS DE AGOSTINHO //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma/article/view/17480 <p>O propósito deste artigo é apresentar o conceito de filosofia da história na obra, A Cidade de Deus, de Agostinho. Para alcançar tal propósito, busca-se, em um primeiro momento, apresentar o conceito de história e algumas nuanças específicas da concepção de filosofia da história, para, em um segundo momento, apresentar a relevância de Agostinho para a concepção filosófica de história não mais em uma perspectiva cíclica, mas linear, argumentando a tese de que, com Agostinho, tem-se um marco na filosofia da história.<br>Palavras-chave: Agostinho; filosofia da história; Jesus Cristo; A Cidade de Deus; cidade dos homens.</p> Paulo César Nodari Copyright (c) 2024 2024-12-30 2024-12-30 6 Especial 98 114 A IDEIA DE FORMAÇÃO HUMANA E ENSINO NO LIVRO IV DO TRATADO A DOUTRINA CRISTÃ, DE AGOSTINHO DE HIPONA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma/article/view/17334 <p>O objetivo deste artigo é discorrer sobre a ideia de formação humana e ensino, presentes no livro IV do tratado <em>A</em> <em>Doutrina Cristã</em>, escrito por Agostinho de Hipona (354-430). A fonte utilizada está dividida em quatro livros e escolhemos o último intitulado ‘Sobre a maneira de ensinar a doutrina’ no qual o autor trata sobre: os princípios fundamentais da arte da oratória, o estudo da oratória nos textos sagrados, estilos de oratória e regras de eloquência. Este estudo é de caráter bibliográfico e cumpre-se observar que a base teórica é a discussão a respeito da história social e longa duração. Nossa hipótese é que Agostinho, ao trazer o modelo de um mestre sacro, ou seja, um mestre sábio e eloquente, contribuiu para termos uma tipologia daquilo que pode ser um educador. Consideramos que há um modelo de formação humana nos escritos agostinianos que contribuiu para a formação do orador cristão medieval e serve de exemplo para o educador contemporâneo.</p> <p><strong>Palavras-chave: </strong>História da Educação; medievo; ensino.</p> Ester Emerick Nascimento Paula Mayara Gonçalves da Rocha Terezinha Oliveira Copyright (c) 2024 2024-12-30 2024-12-30 6 Especial 115 125 A BEATITUDO COMO FIM ÚLTIMO DA VIDA HUMANA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma/article/view/17481 <p>O presente artigo propõe abordar as reflexões acerca da questão da felicidade (<em>beatitudo</em>) apresentada por Agostinho em sua obra <em>De beata vita</em>, destacando alguns dos aspectos e argumentos centrais de sua tentativa de definição do que é a beatitude humana, onde, como e se é possível ser alcançada na vida terrena. Agostinho começa pela via da filosofia greco-romana e acaba adentrando no caminho em que a felicidade requer do homem o conhecimento de si mesmo e de Deus sem excluir a via da fé, sendo que, sem este pressuposto devidamente no entendimento, parece não ser possível viver uma vida justa, boa e feliz, tanto a nível pessoal quanto na vida sociopolítica. Agostinho diferencia-se dos filósofos antigos ao integrar a herança neoplatônica com o cristianismo e ao considerar que a verdadeira felicidade está na união com Deus, alcançada não só pela razão, mas também pela fé no Evangelho. Ele argumenta que a felicidade é encontrada na sabedoria divina quando o ser humano se volta para a interioridade de sua alma e daí segue para a transcendência divina superando, assim, a filosofia pagã. Para Agostinho, a felicidade não é meramente o resultado de uma busca filosófica, mas da posse de Deus, sabedoria e verdade divina, e que a vida feliz é possível ao seguir a ordem do amor divino.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> <em>Beatitudo;</em> sabedoria; Agostinho; alma; Deus.</p> Idalgo José Sangalli Copyright (c) 2024 2024-12-30 2024-12-30 6 Especial 126 143 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A RECEPÇÃO DO PENSAMENTO SOCIAL E POLÍTICO DE SANTO AGOSTINHO POR HANNAH ARENDT //periodicos.ufam.edu.br/index.php/prisma/article/view/17482 <p>O presente artigo objetiva demonstrar a profunda influência do pensamento social e político de Santo Agostinho sobre a obra de Hannah Arendt. A importância do pensamento de Agostinho sobre Arendt só pode ser comparada com a exercida pelo pensamento e o mundo greco-romano, principalmente por Aristóteles. Este trabalho entende que os conceitos de <em>amor mundi</em> e liberdade política, entendida como a faculdade ou o poder de começar algo novo, conceitos presentes no pensamento de Agostinho, foram apropriados por Arendt de forma extremamente original. Além disso, entende que o conceito de <em>amor</em> <em>mundi </em>(que inclui a noção de mundo) é o principal conceito para a compreensão das perspectivas filosófica e política adotadas por Arendt, permitindo reconciliar pensamento e ação, filosofia e política, domínios que se encontram separados desde o julgamento e a condenação à morte de Sócrates pela democracia ateniense. Afinal, sustenta-se que Arendt e Agostinho são autores clássicos, na medida em que suas reflexões oferecem conceitos, ideias e sinais que preservam atualidade para a compreensão da realidade que nos rodeia.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Hannah Arendt; Agostinho; <em>a</em><em>mor mundi</em>; liberdade política.</p> Leo Maltchik Copyright (c) 2024 2024-12-30 2024-12-30 6 Especial 144 160