PRISMA - Revista de Filosofia
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<p style="text-align: justify;"><strong>PRISMA é uma revista eletrônica do Departamento de Filosofia, da Universidade Federal do Amazonas - UFAM, que visa a publicação de artigos, resenhas e traduções nas mais diversas áreas da pesquisa filosófica. </strong></p> <p style="text-align: justify;"><strong>ISSN: 2359-2133. </strong><strong>Qualis A4.</strong></p>Universidade Federal do Amazonas - UFAMpt-BRPRISMA - Revista de Filosofia2359-2133A SOCIEDADE DE CONSUMO COMO CRISE DO HUMANISMO EM JEAN BAUDRILLARD: OS OBJETOS E A ANULAÇÃO DO HOMEM-SUJEITO
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<p><strong>Resumo</strong></p> <p>O propósito deste artigo consiste em desenvolver uma reflexão acerca do modo como o pensamento de Jean Baudrillard aponta a realidade da sociedade de consumo como responsável pela crise do humanismo na contemporaneidade. Utilizando-se de três instrumentos fundamentais, a saber, a psicanálise, a linguística e a visão marxista da produção, Baudrillard rompe com as concepções tradicionais do mundo presentes na cultura ocidental. Isto lhe permite discutir os efeitos que a sociedade de consumo provoca nas relações humanas, a começar pela construção de uma falsa noção de liberdade e anulação do homem em função da centralidade dos objetos.</p> <p><strong>Palavras-chave: </strong>Baudrillard; sociedade de consumo; capitalismo; relações humanas; objetos.</p> <p> </p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>The purpose of this article is to develop a reflection on the way in which Jean Baudrillard's thought points to the reality of consumer society as responsible by the crisis of humanism in contemporary times. Using three fundamental instruments, namely, psychoanalysis, linguistics and the marxist vision of production, Baudrillard breaks with the traditional conceptions of the world present in western culture. This allows you to discuss the effects that the consumer society has on human relations starting with the construction of a false notion of freedom and the annulment of man due to the centrality of objects.</p> <p><strong>Key words: </strong>Baudrillard; consumer society; capitalism; human relations; objects.</p>Antônio Wagner Veloso Rocha
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2024-07-252024-07-2561112BIOPOLÍTICA E IMUNIDADE: POR QUE A POLÍTICA DA VIDA AMEAÇA SEMPRE SE TORNAR UMA POLÍTICA DE MORTE?
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<p>O presente texto visa analisar o conceito de biopolítica al como formulado por Michel Foucault e retomado posteriormente por Roberto Esposito, a fim de responder ao problema colocado pelo filósofo francês no curso de 1976, <em>Em Defesa da Sociedade</em>, a saber: como um poder cuja principal característica é a produção e gestão da vida pode matar e em tão grande escala? Para isso, seguiremos Foucault, para quem a resposta a esse problema se encontra no racismo; mas o faremos a partir da perspectiva imunitária proposta por Esposito, a qual nos dá a possibilidade de não apenas responder ao problema, mas também propor uma saída a ele.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Biopolítica; racismo; vida; morte; imunidade.</p> <p><strong> </strong><strong> </strong></p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>The present text seeks to analyze the concept of biopolitics as formulated by Michel Foucault and later developed by Roberto Esposito in order to answer the problem posed by the French philosopher in the 1976 course, <em>Society Must Be Defended</em>, namely: How can a power whose main characteristic is the production and management of life kill and on such a large scale? To do this, we will follow the reading of Foucault who finds the answer to this problem in racism, but we will take it from the immunological perspective proposed by Esposito, as this gives us the possibility of not only responding to the problem, but also proposing a way out of it.</p> <p><strong>Keywords</strong>: Biopolitics; racism; life; death; immunity.</p>Anthony Lucas Neves Azevedo
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2024-07-252024-07-25611334DA QUESTÃO JUDAICA À QUESTÃO PALESTINA: O PENSADOR JUDEU ERNST BLOCH E A RECUSA RADICAL AO SIONISMO
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<p>O presente texto tem por escopo refletir o posicionamento político antissionista do filósofo Ernst Bloch (1885-1977). Foi constante na obra do autor a preocupação com a situação dos judeus na Europa. No exílio durante a Segunda Guerra, escreveu <em>Herança dessa época </em>(1935), um livro contra o fascismo que buscou contribuir no âmbito da compreensão das razões que levaram à adesão dos mais amplos setores da sociedade alemã ao nazismo. Em <em>O Princípio esperança </em>(1954-1959), a reflexão em torno da questão judaica ganha novos patamares ao denunciar, à luz do marxismo, a constituição do Estado sionista como “invasão de uma terra árabe”. O texto que segue busca refletir a atualidade da crítica empreendida pelo filósofo ao sionismo, mostrando como sua constituição em Estado representou o surgimento de uma “questão palestina”. Para Bloch não há solução isolada para os problemas de minorias nacionais, levando à compreensão de que os interesses de palestinos e judeus não somente não são antagônicos – como os sionistas tentam levar a crer –, como caminham na direção das lutas das classes trabalhadoras em todo o mundo, e são essas, independente do credo e da nacionalidade, que têm levantado, hoje, a bandeira por uma Palestina livre, do rio ao mar.</p> <p><strong>Palavras-chave: </strong>marxismo; questão palestina; questão judaica; crítica do sionismo.</p> <p> </p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>This text aims to reflect the anti-Zionist political position of the philosopher Ernst Bloch (1885-1977). Concern about the situation of the Jews in Europe was constant in the author's work. In exile during the Second World War, he wrote <em>Heritage of that Time</em> (1935), a book against fascism that sought to contribute to understanding the reasons that led to the broadest sectors of German society joining Nazism. In <em>The Principle</em> <em>of</em> <em>Hope </em>(1954-1959), reflection on the Jewish question gains new heights by denouncing, in the light of Marxism, the constitution of the Zionist State as an “invasion of an Arab land”. The text that follows seeks to reflect the current criticism made by the philosopher against Zionism, showing how its constitution as a State represented the emergence of a “Palestinian question”. For Bloch, there is no isolated solution to the problems of national minorities, leading to the understanding that the interests of Palestinians and Jews are not only not antagonistic – as Zionists try to lead us to believe – but also move in the direction of the struggles of the working classes in the whole world, and it is these, regardless of creed and nationality, who have raised, today, the flag for a free Palestine, from the river to the sea.</p> <p><strong>Keywords</strong>: marxism; palestinian issue; jewish question; critique of sionism.</p>Marta Maria Aragão MacielDoralice de Lima Barreto
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2024-07-252024-07-25613555DIETÉTICA E ESTOICISMO NO HORIZONTE DA MEDICINA FILOSÓFICA DE KANT
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<p><strong>Resumo</strong></p> <p>A dietética é concebida por Kant como um campo que entrecruza a filosofia e a medicina. É medicina filosófica e harmoniza o estilo de vida dos homens em favor da saúde e da longevidade. A dietética é estimada por seu poder preventivo, de se resguardar em instruções médico-filosóficas que visam cultivar hábitos sadios e, assim, preservar o corpo e a alma. A ascendência da dietética se revela, especialmente no estoicismo, como uma proposição basilar que corrobora a convicção kantiana de que a filosofia é uma aliada impreterível da medicina.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Kant; filosofia; estoicismo; medicina; dietética.</p> <p> </p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>Dietetics is conceived by Kant as a field which wraps philosophy and medicine. It is philosophical medicine and harmonizes the lifestyle of men in favor of wealth and longevity. Dietetics is estimated by its preventive power, to protect itself in medical-philosophical instructions aimed at cultivating healthy habits and, then, preserve body and soul. The ancestry of dietetics reveals itself, specially in Stoicism, as a basic proposition which corroborates Kantian conviction that philosophy is an indispensable ally in medicine.</p> <p><strong>Keywords:</strong> Kant; philosophy; stoicism; medicine; dietetics.</p>Bruno de Figueiredo Alonso
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2024-07-252024-07-25615670É FILOSÓFICA A MATEMÁTICA? FILOSOFIA DA MATEMÁTICA E FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA A PARTIR DE TALES DE MILETO
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<p>O objetivo deste artigo é defender uma perspectiva filosófica relacional da matemática e da educação matemática a partir de Tales de Mileto. As vantagens dessa perspectiva são diversas, como o incentivo a uma postura crítica e dialógica na construção do saber teórico, na forma do diálogo entre seus pares e na relação professor-estudante; a permanente abertura à revisão do próprio pensamento; o reconhecimento do vínculo fundamental do prático ao teórico e à própria concepção relacional da matemática como razão, <em>αναλογία</em>. Para tanto, iniciaremos com uma introdução às questões filosóficas da matemática, em especial, a relação entre filosofia e matemática. Em seguida, faremos um levantamento dos pressupostos do pensamento filosófico-matemático de Tales, bem como suas contribuições para o método matemático e para a ontologia. Por fim, levantaremos esta discussão da perspectiva das filosofias da educação matemática e filosófica, tendo como demonstração de nossa argumentação, a proposta de um plano de aula para o ensino médio que contemple a perspectiva discutida ao longo do texto.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: filosofia da matemática; filosofia da educação matemática; Tales de Mileto; ensino de filosofia.</p> <p> </p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>The aim of this article is to advocate for a relational philosophical perspective of mathematics and mathematical education based on Thales of Miletus. The advantages of this perspective are manifold, such as encouraging a critical and dialogical stance in the construction of theoretical knowledge, in the form of dialogue among peers and in the teacher-student relationship; the constant openness to revising one’s own thinking; the recognition of the fundamental link from the practical to the theoretical and to the very relational conception of mathematics as reason, <em>αναλογία</em>. To this end, we will begin with an introduction to the philosophical issues of mathematics, especially the relationship between philosophy and mathematics. Next, we will survey the presuppositions of Thales’ philosophical-mathematical thinking, as well as his contributions to the mathematical method and to ontology. Finally, we will raise this discussion from the perspectives of the philosophies of mathematical education and philosophical education, demonstrating our argument with a proposal for a high school lesson plan that contemplates the perspective discussed throughout the text.</p> <p><strong>Keywords</strong>: philosophy of mathematics; philosophy of mathematics education; Thales of Miletus; philosophy teaching.</p>Ralph Leal HeckAntônio Cid Freitas Barros
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2024-07-252024-07-25617193ESSÊNCIA E REPRESENTAÇÃO: FILOSOFIA E RELIGIÃO NA PERSPECTIVA DE AL-FĀRĀBĪ
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<p>Este artigo investiga as funções da filosofia e da religião no modelo de Cidade Virtuosa proposto por al-Fārābī. A análise das diferenças entre o discurso filosófico e o religioso emerge da distinção fundamental entre os dois métodos alternativos para o alcance da verdade: o essencial e o representativo. A religião mostra a felicidade aos cidadãos de forma alegórica e busca torná-los virtuosos transformando o discurso teórico-demonstrativo da filosofia em representações e alegorias, utilizando argumentos dialéticos e retóricos. Neste trabalho, será realizado uma análise acerca da Cidade Virtuosa e do papel desempenhado pela filosofia e pela religião. Serão abordadas questões relacionadas à interação entre esses dois campos do saber, levando em consideração suas influências na governança e na construção da Cidade. Para tanto, faz-se uso de uma pesquisa bibliográfica tendo como base as seguintes obras de al-Fārābī: <em>Da Política; Livro da Religião</em>; <em>O livro das Letras.</em></p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Al-Fārābī; filosofia; religião; filosofia política.</p> <p> </p> <p><strong>Abstract:</strong></p> <p>This article investigates the functions of philosophy and religion in the model of the Virtuous City proposed by al-Fārābī. The analysis of the differences between philosophical and religious discourse emerges from the fundamental distinction between the two alternative methods for achieving truth: the essential and the representative. Religion shows happiness to citizens in an allegorical way and seeks to make them virtuous by transforming the theoretical-demonstrative discourse of philosophy into representations and allegories, using dialectical and rhetorical arguments. In this work, an analysis will be made of the Virtuous City and the role played by philosophy and religion. Issues related to the interaction between these two fields of knowledge will be addressed, taking into account their influences on governance and the construction of the City. For this, a bibliographical research is used based on the following works of al-Fārābī: <em>The Political Writings; Book of Religion; The Book of the Letters.</em></p> <p><strong>Keywords:</strong> Al-Fārābī; philosophy; religion; political philosophy.</p>Maykel Honney Lobo
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2024-07-252024-07-256194110INTRODUÇÃO AO MÉTODO DE ANÁLISE DE TEXTOS FILOSÓFICOS NO ENSINO MÉDIO: UMA EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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<p><strong>Resumo</strong></p> <p>O presente texto tem como objetivo relatar uma experiência de ensino realizada no âmbito do Programa Residência Pedagógica de Filosofia, em uma Escola Estadual de Tempo Integral – EETI, na cidade de Manaus – Am. A prática de ensino a ser abordada versa sobre a aplicação de um projeto de ensino, cujo objetivo era introduzir a análise de textos filosóficos para alunos do 3° ano, utilizando o conceito de “eterno retorno” de Nietzsche. A experiência foi dividida em duas partes: uma expositiva, abordando elementos pré-textuais, e uma prática, quando os alunos tiveram contato com um pequeno trecho da obra <em>Gaia Ciência</em> e um diálogo de <em>Assim Falou Zaratustra</em>. O relato aborda a concepção do projeto, a seleção do tema, a preparação do conteúdo, a aplicação prática em sala de aula e a discussão sobre a experiência. Os resultados indicam que a abordagem adotada foi eficaz na promoção do engajamento dos alunos e na compreensão dos textos filosóficos.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> ensino de filosofia; eterno retorno; Nietzsche; leitura filosófica.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>The present text aims to report a teaching experience carried out within the scope of the Philosophy Pedagogical Residency Program, in a Full-Time Public School, in the city of Manaus – AM. The teaching practice covered is about the application of a teaching project, whose objective was to introduce the analysis of philosophical texts to 3rd year students, using Nietzsche's concept of “eternal return”. The experience was divided into two parts: an expository one, covering pre-textual elements, and a practical one, in which the students had contact with a small excerpt from the work <em>Gaia Ciência</em> and a dialogue from <em>Assim Falou Zarathustra</em>. The report addresses the project conception, theme selection, content preparation, practical application in the classroom and discussion about the experience. The results indicate that the approach adopted was effective in promoting student engagement and understanding of philosophical texts.</p> <p><strong>Keywords: </strong>teaching philosophy; eternal return; Nietzsche; philosophical reading.</p>Carlos Daniel Araújo PereiraPedro Rodolfo Fernandes da Silva
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2024-07-252024-07-2561111126O DISPOSITIVO DE SEXUALIDADE EM FOUCAULT
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<p>O dispositivo de poder de sexualidade corresponde a um conjunto heterogêneo que incita as pessoas a produzirem discursos sobre o “sexo” e, ao mesmo tempo, controla e intervém sobre os corpos. A sexualidade origina-se nas práticas de confissão, mediante a criação da carne e seu assentamento no corpo. Essa perspectiva religiosa dos prazeres será transposta para o discurso científico na modernidade, proporcionando o desenvolvimento do dispositivo de sexualidade em quatro estratégias que se articulam: a histerização do corpo da mulher, a pedagogização do sexo da criança, a socialização das condutas de reprodução e a psiquiatrização do prazer perverso.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: dispositivo; Foucault; poder; sexo; sexualidade.</p> <p> </p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>The sexuality power device corresponds to a heterogeneous set that incites people to produce discourses about “sex” and, at the same time, controls and intervenes over bodies. Sexuality originates in the practices of confession, through the creation of flesh and its settlement in the body. This religious perspective of pleasures will be transposed to the scientific discourse in modernity, providing the development of the device of sexuality in four strategies that are articulated: the hysterization of the woman's body, the pedagogization of the child's sex, the socialization of reproduction behaviors and the psychiatrization of perverse pleasure.</p> <p><strong>Keywords</strong>: device; Foucault; power; sex; sexuality.</p>Bruno Abilio Galvão
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2024-07-252024-07-2561127147O FILISTEU DA CULTURA ENQUANTO LIVRE-PENSADOR E REPRESENTANTE DO ESTADO E DO CRISTIANISMO INSTITUCIONAL EM NIETZSCHE
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<p>Atento aos problemas da falta de honestidade intelectual presente nos seus conterrâneos, Nietzsche defende a necessidade de se agir de maneira contrária à do livre-pensador, representado na figura do teólogo David Strauss. O filósofo chama a atenção para questões relativas a uma existência plena. Ao contrário, o livre-pensador está demasiadamente preocupado em ter fama, não se volta para a cultura popular, tampouco para o que realmente é necessário à vida. Ele está somente vinculado às massas, é filho dessa cultura tipicamente alemã e nacionalista de sua época. Assim, Nietzsche aponta que David Strauss é a submisso à moralidade cristã e ao Estado. Deste modo, também influencia os demais eruditos a continuarem cometendo esses mesmos erros, uma vez que ele é visto como uma espécie de líder desse público, mesmo sendo um filisteu da cultura.</p> <p><strong>Palavras-chaves</strong>: cultura; estado; cristianismo; existência.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong> </strong><strong>Abstract</strong></p> <p>Attentive to the problems of the lack of intellectual honesty present in his fellow countrymen, Nietzsche defends the need to act in a manner contrary to that of the freethinker, represented in the figure of the theologian David Strauss. The philosopher draws attention to issues relating to a fulfilling existence. The freethinker, on the other hand, is too preoccupied with fame; he doesn't focus on popular culture or what is really necessary for life. He is only linked to the masses; he is a child of the typically German and nationalist culture of his time. Thus, Nietzsche points out that David Strauss is submissive to Christian morality and the state. In this way, he also influences other scholars to continue making these same mistakes, since he is seen as a kind of leader of this public, even though he is a philistine of culture.</p> <p><strong>Key-words: </strong>culture; state; christianity; existence.</p>Pamela Cristina de Gois
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2024-07-252024-07-2561148162O PROBLEMA DO GÊNERO SEGUNDO O FEMINISMO DE RAIZ
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<p>Neste artigo buscamos tornar evidente a importância fundamental do conceito de gênero para nortear uma análise da opressão das mulheres, sob uma perspectiva materialista do feminismo de raiz. Quando o gênero é entendido meramente como uma escolha pessoal ou identidade, em vez de uma ferramenta de poder que hierarquiza os sexos, isso obscurece a luta feminista. A negação de uma realidade objetiva, muitas vezes promovida pelo pensamento pós-moderno, representa um perigo para os movimentos políticos, incluindo o feminismo, ao esvaziar alguns conceitos essenciais. Salientamos que a definição clara de conceitos é crucial para promover discussões significativas e identificar grupos sociais oprimidos. Argumentamos que o movimento feminista, em sua essência, deve organizar-se em torno das semelhanças entre as mulheres, reconhecendo sua condição como uma classe sexual distinta da dos homens. Isso não significa afirmar, tal como Heuchan (2018) adverte em<em> Womanhood: On sex, gender roles, and self-identification</em>, que “todas as experiências de mulheres se adequam aos mesmos padrões universais, ou que todas as mulheres têm relativamente a mesma posição nas estruturas de poder mundiais”. Pelo contrário, compreendemos que fatores como raça e classe social, por exemplo, determinam o lugar da mulher no que se refere às estruturas de poder. No entanto, uma vez que a luta das mulheres contra o patriarcado é coletiva, entendemos que a emancipação de opressões sistêmicas não se dará por meio da individualização de questões estruturais. Assim, o que nos une como classe é resultado direto da nossa realidade material, que nos torna alvo do controle patriarcal devido à nossa capacidade reprodutiva e sexual. Para compreender essa ideia, é necessário entender o papel histórico do gênero na opressão das mulheres que, por sua vez, remonta à naturalização dos papéis sociais de gênero ao longo da história. Desse modo, realizamos uma análise terminológica de alguns conceitos essenciais, tais como opressão, subordinação, privação, sexo e gênero para descrever a conjuntura do problema do gênero no contexto da história da opressão das mulheres.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: gênero; feminismo; opressão; sexo; materialismo.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>In this article we highlight the fundamental importance of the concept of <em>gender</em> for analyzing women's oppression from the materialist perspective of radical feminism. When gender is understood merely as a personal choice or identity, rather than a tool of power that hierarchizes the sexes, this obscures the feminist movement. The denial of an objective reality, often promoted by postmodern ideas, represents a danger for political movements, including feminism, by hollowing out some essential concepts. We emphasize that the clear definition of concepts is crucial to promoting meaningful discussions and identifying oppressed social groups. We argue that the feminist movement, at its core, must organize around the similarities between women, recognizing their status as a sexual class distinct from that of men. This is not to say, as Heuchan (2018) warns in <em>Womanhood: On sex, gender roles, and self-identification</em>, that "all women's experiences conform to the same universal standards, or that all women have relatively the same position in global power structures". On the contrary, we realize that factors such as race and social class, for example, determine a woman's place in power structures. However, we understand that since women's struggle against patriarchy is collective, emancipation from systemic oppression will not come about through the individualization of structural issues. Thus, what unites us as a class is a direct result of our material reality, which makes us a target for patriarchal control due to our reproductive and sexual capacity. To understand this idea, it is necessary to understand the historical role of gender in the oppression of women, which goes back to the naturalization of social gender roles throughout history. We therefore carried out a terminological analysis of some essential concepts, such as oppression, subordination, deprivation, sex, and gender, to describe the context of the gender problem in the history of women's oppression.</p> <p><strong>Key words: g</strong>ender; feminism; oppression; sex; materialism.</p>Marília Côrtes de FerrazIsabella D'Aquino Marcondes Noronha
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2024-07-252024-07-2561163183O SOFRIMENTO HUMANO E A FÉ CRISTÃ NO PENSAMENTO KIERKEGAARDIANO: UM DIÁLOGO ENTRE PSICOLOGIA E FILOSOFIA
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<p>A partir da pergunta por que o ser humano sofre ou peca, e utilizando-se de uma linguagem kierkegaardiana contidas nas obras <em>A Doença para a Morte</em> e <em>O Conceito de Angústia</em>, são possíveis explicações para entender o sofrimento humano, sobretudo a partir da má-relação que esse estabelece no seu modo de existir, o qual provoca sempre uma inconformidade existencial. Trabalhando com os conceitos de angústia, desespero e seus correlatos, como liberdade, tornar-se si mesmo, salto qualitativo, decisão, indivíduo, etc., este artigo se propõe, por meio das leituras que têm como fundamento o método dialético-existencial proposto pela antropologia filosófica de Kierkegaard, apresentar possíveis implicações que ajudem a compreender o sofrimento humano enquanto uma realidade paradoxal. Ao mesmo tempo, pretende demonstrar que as obras do autor dinamarquês é uma proposição para edificar e despertar o sujeito para a constituição do seu <em>self,</em> isto é, de si mesmo, requerendo esforço, decisão e bom uso da liberdade mediante as possibilidades que lhe são apresentadas. A decisão diante da liberdade e o uso correto dessa mesma liberdade são condições para uma boa relação e afirmação da existência, quando esta, na seriedade, reduplica-se, chegando à síntese por meio da correta relação com os termos da polaridade (finito e infinito, necessidade e possibilidade, eterno e temporal) que constituem sua vida concreta.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> angústia; desespero; decisão, má-relação; síntese.</p> <p> </p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>Based on the question why do human beings suffer or sin, and using a Kierkegaardian language contained in the works <em>The Sickness to Death</em> and <em>The Concept of Anguish</em>, explanations are possible to understand human suffering, especially from evil. relationship that this establishes in its way of existing, which always causes an existential nonconformity. Working with the concepts of anguish, despair and their correlates, such as freedom, becoming oneself, qualitative leap, decision, individual, etc., this article proposes, through readings that are based on the proposed dialectical-existential method through Kierkegaard's philosophical anthropology, present possible implications that help to understand human suffering as a paradoxical reality. At the same time, it intends to demonstrate that the danish author's works are a proposition to edify and awaken the subject to the constitution of his self, that is, of himself, requiring effort, decision and good use of freedom through the possibilities that are available to him. presented. The decision regarding freedom and the correct use of this same freedom are conditions for a good relationship and affirmation of existence, when this, in seriousness, redoubles itself, reaching synthesis through the correct relationship with the terms of polarity (finite and infinite , necessity and possibility, eternal and temporal) that constitute his concrete life.</p> <p><strong>Keywords</strong>: anguish; despair; decision, bad relationship; synthesis.</p>Adenilton Moisés da Silva
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2024-07-252024-07-2561184196RELENDO A DEFESA DE STUART MILL DA LIBERDADE DE PENSAMENTO E DISCUSSÃO NO SÉCULO XXI
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<p>Este artigo analisa e discute a defesa de Stuart Mill da liberdade de pensamento e discussão, a fim de compreender suas peculiaridades argumentativas e fornecer, assim, base teórica para a percepção de aproximações e distâncias entre a defesa de Mill e as discussões contemporâneas sobre liberdade de expressão. A análise acontece por meio dos seguintes pontos: 1. relações axiológicas: aqui é feito um mapeamento de valores com que se relacionam a constituição da liberdade de pensamento e discussão como valor; 2. argumentação: são expostos os argumentos mobilizados por Mill na defesa da liberdade de pensamento e discussão; 3. referências a atos discursivos: neste tópico, a fim de identificar os atos para os quais Mill defendia liberdade, examina-se, no seu texto, quais atos do discurso e da expressão aparecem com mais centralidade e quais exemplos são usados; 4. limites da liberdade de discurso: neste ponto, a análise presta atenção a possíveis apontamentos de Mill concernentes a limites da liberdade de discurso. A parte de discussão deste artigo, por sua vez, é realizada por meio da interpretação de Richard Sorabji da defesa de Stuart Mill e sua proposta de conceber a liberdade de expressão como bem coletivo, aplicando essa concepção a uma proposta de regulação das redes sociais e a uma ética da expressão.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: liberdade de discurso; discussão; utilitarismo.</p> <p> </p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>This article analyzes and discusses Stuart Mill's defense of liberty of thought and discussion, in order to understand its argumentative peculiarities and thus provide a theoretical basis for the perception of similarities and distances between Mill's defense and contemporary discussions about freedom of expression. The analysis takes place through the following points: 1. axiological relationships: here the mapping of values that relate to the constitution of liberty of thought and discussion as a value is explored; 2. argumentation: the arguments mobilized in defense of liberty of thought and discussion are exposed; 3. references to discursive acts: in this topic, in order to identify the acts for which Mill defended freedom, we examine, in his text, which acts of speech and expression appear most centrally and which examples are used; 4. limits of freedom of speech: at this point, the analysis pays attention to possible remarks by Mill regarding limits of freedom of speech. The discussion part of this article, in turn, is carried out through Richard Sorabji's interpretation of Stuart Mill's defense and his proposal to conceive freedom of expression as a collective good, applying this conception to a proposal for regulating social media companies and to an ethics of expression.</p> <p><strong>Keywords</strong>: liberty of speech; discussion; utilitarianism.</p>Hans Magno Alves Ramos
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2024-07-252024-07-2561197215SER-PARA-A-TERRA: LUGARES DA ECOLOGIA NA FILOSOFIA DE NIETZSCHE E HEIDEGGER
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<p><strong>Resumo </strong></p> <p>O pensamento de Friedrich Nietzsche e de Martin Heidegger antecipam temas e problemas que serão motivos de grandes debates no século XXI. A partir da noção de Terra, presente em diversas partes das obras de Nietzsche e Heidegger, o principal objetivo deste trabalho vem a ser realizar uma análise e descrição dos lugares da ecologia na filosofia dos dois pensadores, no sentido de apresentar as suas contribuições para um entendimento mais originário das problemáticas ambientais que emergem no mundo contemporâneo. As metodologias para o desenvolvimento desta investigação são: revisão bibliográfica em diversos idiomas; leitura aproximada dos autores principais e dos comentários críticos; e escrita criativa sobre as ideias ecológico-filosóficas de Nietzsche e Heidegger. Os resultados almejados pretendem evidenciar em que medida os filósofos em destaque se colocam como antagonistas da direção tomada pela civilização moderna, sendo esta última para eles a grande responsável pelo abandono do ser, pela ausência do pensar, pelo distanciamento da vida, da conexão com a natureza e de um relacionamento autêntico com a Terra. Em última análise, com a finalidade de apresentar a indispensabilidade de uma compreensão ecológico-filosófica do tempo presente, acenaremos para as convergências e divergências compartilhadas por Nietzsche e Heidegger no que concerne à reflexão sobre a importância da relação de mútuo pertencimento entre humanidade e realidade natural.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Ecologia; Filosofia; Humanidade; Ser; Terra.</p> <p> </p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>The thought of Friedrich Nietzsche and Martin Heidegger foreshadow themes and issues that will become subjects of significant debate in the 21st century. Grounded in the notion of Earth, prevalent throughout the works of Nietzsche and Heidegger, the primary aim of this study is to conduct an analysis and description of ecological places within the philosophies of both thinkers, with the intent of presenting their contributions to a more fundamental understanding of the environmental challenges arising in the contemporary world. Methodologies employed in this inquiry include: multilingual literature review; close reading of primary texts and critical commentaries; and creative writing on the ecological-philosophical ideas of Nietzsche and Heidegger. The anticipated results seek to demonstrate the extent to which these philosophers position themselves as antagonists to the trajectory of modern civilization, which they view as largely responsible for the abandonment of being, the absence of thought, the estrangement from life, the disconnection from nature, and the lack of an authentic relationship with the Earth. Ultimately, in order to underscore the necessity of an ecological-philosophical understanding of the present moment, we will highlight the convergences and divergences shared by Nietzsche and Heidegger regarding reflections on the significance of the reciprocal belonging between humanity and the natural world.</p> <p><strong>Keywords</strong>: Ecology; Philosophy; Humanity; Being; Earth.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Zusammenfassung</strong></p> <p>Die Gedanken von Friedrich Nietzsche und Martin Heidegger antizipieren Themen und Probleme, die im 21. Jahrhundert Gegenstand großer Debatten sein werden. Ausgehend vom Konzept der Erde, das in verschiedenen Teilen der Werke von Nietzsche und Heidegger präsent ist, zielt diese Arbeit darauf ab, eine Analyse und Beschreibung der Ökologie in der Philosophie der beiden Denker vorzunehmen, um ihre Beiträge für ein tieferes Verständnis der Umweltprobleme zu präsentieren, die in der heutigen Welt auftauchen. Die Methoden für die Entwicklung dieser Untersuchung sind: Literaturrecherche in verschiedenen Sprachen; Annähernde Lektüre der Hauptautoren und kritische Kommentare; und kreative Schreibarbeit über die öko-philosophischen Ideen von Nietzsche und Heidegger. Die angestrebten Ergebnisse sollen zeigen, inwieweit sich die herausragenden Philosophen als Gegner der von der modernen Zivilisation eingeschlagenen Richtung positionieren, wobei letztere für sie für die Verlassenheit des Seins, das Fehlen des Denkens, die Entfremdung vom Leben, von der Verbindung mit der Natur und von einer authentischen Beziehung zur Erde verantwortlich ist. Letztendlich werden wir darauf abzielen, die Unverzichtbarkeit eines öko-philosophischen Verständnisses der Gegenwart aufzuzeigen, indem wir auf die Gemeinsamkeiten und Unterschiede hinweisen, die Nietzsche und Heidegger in Bezug auf die Bedeutung der wechselseitigen Zugehörigkeit zwischen Menschheit und natürlicher Realität reflektieren.</p> <p><strong>Schlüsselwörter</strong>: Ökologie; Philosophie; Menschheit; Sein; Erde.</p>Jan Clefferson Costa de Freitas
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2024-07-252024-07-2561216232SUICÍDIO E VALOR DA VIDA EM MONTAIGNE
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<p>O artigo apresenta e discute a visão de Montaigne sobre o suicídio a partir do capítulo 3 do livro II do <em>Ensaios</em>, intitulado “Costume da ilha de Céos”. Nesse capítulo, encontram-se argumentos favoráveis e contrários à morte voluntária. Em seus contornos gerais, os argumentos a favor do suicídio repousam em teses de índole estoica. As teses contrárias ao autoaniquilamento baseiam-se em alegações sobre o pertencimento do indivíduo a uma autoridade transcendente ou política. Montaigne também pondera as dificuldades que a decisão pelo suicido deve enfrentar tendo em vista a incerteza sobre o futuro. Em que pese o capítulo representar uma exposição aparentemente neutra dessas posições rivais, as últimas palavras de Montaigne indicam seu posicionamento pessoal, a saber, um reconhecimento de que uma dor insuportável e uma morte pior são motivos escusáveis para o suicídio. O artigo tenta defender a tese de que há um comprometimento filosófico maior de Montaigne a favor do suicídio do que se poderia supor ao se levar em conta apenas a superfície expositiva de seu texto. Defende-se, ainda, que a discussão sobre o suicídio em Montaigne nos ensina que podemos encarar filosoficamente esse tema sem que precisemos de uma compreensão metafisica específica sobre o valor da vida.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: suicídio, direito, ética, valor da vida.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong> </strong><strong>Abstarct</strong></p> <p>The article explores Montaigne’s view on suicide as presented in Chapter 3 of Book II of Essays, “Custom of the Isle of Cea”. The chapter presents arguments both for and against suicide. In its general outline, the pro-suicide arguments are based on Stoic principles, while the arguments against are based on the idea that the individual belongs to a transcendent or political authority. Montaigne also discusses the inherent difficulties in the decision to commit suicide, given the uncertainty of the future. Although the chapter appears to present a neutral view, Montaigne’s final words indicate his personal stance: he acknowledges that unbearable pain and a worse death are justifiable reasons for suicide. The article argues that Montaigne has a stronger philosophical commitment to suicide than is apparent on the surface of his text. Furthermore, it argues that Montaigne’s discussion on suicide shows us that we can philosophically approach this issue without the need for a specific metaphysical understanding of the value of life.</p> <p><strong>Key words</strong>: suicide, right, ethics, value of life.</p>Aguinaldo Antônio Cavalheiro Pavão
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