CONHECIMENTO DOS PROFESSORES SOBRE A
APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ESCRITA
TEACHERS KNOW
LEDGE ABOUT THE LEARNING OF WRITTEN LANGUAGE
Gabriele Cristina ALBUQUERQUE[1] |
Renata Calixto OLIVEIRA[2]
RESUMO:
A aprendizagem é um processo de construção de conhecimento,
acontece quando o cérebro reage aos estímulos do ambiente, realiza as sinapses
e/ou torna-as mais intensas. Conhecer o neurodesenvolvimento auxilia o educador
a considerar a base biológica e os mecanismos neurofuncionais na utilização de
teorias e práticas pedagógicas, obtendo um melhor potencial do seu aluno. O
objetivo deste estudo foi caracterizar o conhecimento de educadores do ensino
fundamental sobre o processo neurobiológico de aquisição de leitura e escrita e
verificar a eficácia da orientação fonoaudiológica junto a eles. A coleta de
dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário em 31 professores
do Ensino Fundamental I, das cidades de Ferraz de Vasconcelos e Mauá, com o
objetivo de extrair os conhecimentos prévios dos professores sobre o assunto.
Na semana seguinte, foi entregue um folheto explicativo a respeito do tema e,
reaplicado o mesmo questionário aos professores que receberam o folheto,
verificando-se assim o efeito da orientação fonoaudiológica na situação
pesquisada. Trata-se de um estudo experimental que foi submetido ao Comitê de
Ética em pesquisa e todos os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre
e esclarecido. Foram observadas diferenças nas respostas entre os questionários
um e dois, apresentando respostas mais assertivas no segundo questionário, após
a intervenção fonoaudiológica. Concluiu-se que os professores têm pouco
conhecimento a respeito da aquisição da linguagem escrita e apresentam dúvidas
quanto a diferença entre transtornos e dificuldade de aprendizagem. Constatou-se
a efetividade da orientação fonoaudiológica para a compreensão dos professores
pesquisados sobre os problemas de aprendizagem.
Palavras-Chave:
Linguagem escrita. Aprendizagem. Fonoaudiologia.
ABSTRACT: Learning is a process of
knowledge construction, it happens when the brain reacts to the stimuli of the
environment, performs the synapses and / or makes them more intense. Knowing
neurodevelopment helps the educator to consider the biological basis and the
neurofunctional mechanisms in the use of pedagogical theories and practices,
obtaining a better potential of his student. The objective of this study was to
characterize the knowledge of primary school educators about the
neurobiological process of acquisition of reading and writing and to verify the
effectiveness of the speech - language guidance with them. Data collection was
done through the application of a questionnaire to 31 teachers of Elementary
School I, from the cities of Ferraz de Vasconcelos and Mauá, in order to
extract the previous knowledge of the teachers on the subject. The following
week, an explanatory leaflet on the topic was submitted and the same
questionnaire was reapplied to the teachers who received the leaflet, thus
verifying the effect of the speech-language pathology in the researched
situation. This is an experimental study that was submitted to the Research
Ethics Committee and all subjects signed the informed consent form. Differences
were observed in responses between questionnaires one and two, presenting more
assertive answers in the second questionnaire, after the speech-language
intervention. It was concluded that teachers have little knowledge about the
acquisition of written language and are doubts about the difference between
disorders and learning difficulties. It was verified the effectiveness of the
speech-language guidance to the comprehension of the teachers researched on the
learning problems.
Keywords: Written language.
Learning. Speech therapy.
Recebido em: 31/01/2018
Aceito em: 01/08/2018
INTRODUÇÃO
A aprendizagem pode
ser definida como a aquisição e apropriação de conhecimento, constituindo-se em
um processo de construção. Ela inicia-se desde o começo da vida, antes mesmo da
criança entrar na escola (NÚCLEO CIÊNCIA PELA INFÂNCIA, 2014).
A primeira infância
é uma etapa importante no desenvolvimento do ser humano, quando se concretiza a
base para as aprendizagens posteriores. As primeiras experiências desenham a
arquitetura do cérebro humano formando o comportamento futuro. Nessa fase,
mudanças acontecem no cérebro, que cresce e desenvolve-se, passando por
períodos sensíveis para algumas aprendizagens. (CAMPOS, 2006). Quando uma nova
informação chega e se relaciona com as experiências que o indivíduo já tinha,
começa a aprendizagem. Partindo desse pressuposto, podemos dizer que o
conhecimento a ser ensinado deve se correlacionar com as experiências do dia a
dia, para que haja estimulação e maior motivação de quem aprende, favorecendo o
processo de aprendizagem (FARIAS; MARTIN; CRISTO, 2015).
O cérebro é
responsável por tomar consciência das informações que chegam através dos órgãos
dos sentidos. A aprendizagem acontece quando o cérebro reage aos estímulos do
ambiente, realiza as sinapses e/ou torna-as cada vez mais intensas. As sinapses regulam a passagem de informações
no sistema nervoso, tendo, portanto, uma importância fundamental na
aprendizagem. Sendo assim, o cérebro se modifica pelos estímulos ambientais e
nele acontece a aprendizagem (COSENZA; GUERRA, 2011). Para que o aluno aprenda,
é necessário que algumas funções cerebrais estejam presentes e íntegras. Dentre
elas, a atenção é um pré-requisito primordial para o processamento e
compreensão da informação. Para iniciar o processo de aprendizagem, o indivíduo
precisa ter a capacidade de selecionar, sustentar e alternar estímulos
externos. Dessa forma, podemos dizer que é na escola que as dificuldades
relacionadas a atenção se tornam mais evidentes, devido às exigências
pedagógicas (ESPANHA, 2010).
Uma das principais
aprendizagens humanas é a da linguagem, tanto em seu aspecto oral, quanto
escrito. A linguagem pode ser definida como um sistema de símbolos que permite
a comunicação entre os indivíduos. Pode ser expressa de forma oral, escrita
e/ou corporal. É um instrumento de expressão e compreensão de significados ou
conteúdos (SUEHIRO; MAGALHÃES, 2014; CAMPOS et al., 2014). O desenvolvimento da
linguagem oral é a base para a aquisição da leitura e da escrita, que decorre
de aprendizagens anteriores e da integridade das funções básicas do sistema
nervoso (GOULART; CHIARI, 2012; ROCHA; et al., 2009).
A leitura é uma
atividade individual, importante para o desenvolvimento humano, porém, para que
aconteça bem, são necessários alguns requisitos como a compreensão e a precisão
na decodificação. A compreensão depende da fluência e da qualidade da leitura
para que seja possível extrair significados, correlacioná-los ao conhecimento
prévio de mundo e fazer inferências, habilidades que também devem estar
presentes na língua oral (MOUSINHO, 2010). A escrita é uma invenção cultural
constituída por um sistema simbólico e o seu domínio é fundamental. Por meio
dela se dá o registro e a comunicação do conhecimento de cada área do saber
(LIMA, 2013).
Vários fatores podem
interferir na aprendizagem e no desenvolvimento da leitura e da escrita.
Crianças que têm poucas oportunidades educacionais, déficits cognitivos,
transtornos psiquiátricos, dentre outros, podem apresentar diversas
dificuldades acadêmicas (MOUSINHO, 2010).
O não aprender
geralmente se manifesta sob a forma de dois quadros: dificuldades ou
transtornos de aprendizagem.
As dificuldades de
aprendizagem são de origem extrínseca e estão ligadas ao meio ambiente em que
se encontra o sujeito que aprende. Relacionam-se a problemas de ordem social,
cultural, pedagógica, psicológica e/ou econômica (NEVES; BATIGÁLIA, 2011). Já
os distúrbios ou transtornos de aprendizagem são de origem intrínseca e
caracterizam-se como uma alteração funcional no Sistema Nervoso Central (SNC) (NEVES;
BATIGÁLIA, 2011). Dentre os transtornos de aprendizagem podemos citar a
dislexia, a disgrafia e a discalculia do desenvolvimento.
A dislexia é um
transtorno específico da leitura, de causas genéticas. O disléxico geralmente
consegue interpretar textos oralmente quando estes são lidos para ele, porém,
tem dificuldades em interpretar textos lidos por ele mesmo, pois a precisão e a
fluência de leitura estão alteradas. Portanto, o rendimento de leitura é
inferior ao esperado para a idade cronológica (NEVES; BATIGÁLIA, 2011;
MOUSINHO, 2010).
A discalculia do
desenvolvimento também tem base genética e é caracterizada pelo baixo
desempenho em aritmética em crianças com inteligência normal, não justificado
por déficits sensoriais ou fatores extrínsecos à criança. As pessoas que têm
esse transtorno apresentam prejuízos em habilidades matemáticas, dificuldades
na leitura e escrita de números, dificuldades na memorização de fatos numéricos
e na utilização dos procedimentos matemáticos (SANTOS et al., 2010).
Seria
importante que todos os educadores entendessem como o aluno aprende, pois isso
permitiria ao professor buscar formas mais adequadas de conduzir sua atividade
promovendo melhores resultados com seus alunos. A compreensão sobre a cognição
do aluno melhora a organização do ensino (CARVALHO, 2011; FRANÇA, 2011). O não
conhecimento de como o cérebro age, faz que os professores se esquivem de sua
responsabilidade como mediadores da construção do conhecimento. Sobretudo,
proporcionar aos professores o entendimento de como o cérebro trabalha faz com
que eles tenham melhores condições para despertar a motivação em sala de aula,
possibilitando a sincronização com os vários tipos de alunos, que terão suas
capacidades exploradas mais profundamente (CARVALHO, 2011). Conhecer o
neurodesenvolvimento permite que o educador leve em conta a base biológica e os
mecanismos neurofuncionais na utilização de teorias e práticas pedagógicas,
obtendo um melhor potencial do seu aluno (OLIVEIRA, 2014).
Por
isso, o objetivo deste estudo foi caracterizar o conhecimento de educadores do
ensino fundamental sobre o processo neurobiológico de aquisição da leitura e da
escrita e verificar a eficácia da orientação fonoaudiológica junto a eles.
MÉTODO
O
presente estudo é uma pesquisa experimental, aprovada pelo Comitê de Ética em
pesquisa (Parecer nº. 2.015.678) e todos os sujeitos assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido.
A
coleta de dados foi realizada por meio de um questionário aplicado a um grupo
de 31 professores do Ensino Fundamental I, sendo que 24 lecionam na rede
pública de educação do município de Ferraz de Vasconcelos e sete atuam na rede
municipal de Mauá (SP). O questionário foi elaborado a partir da literatura
pesquisada e foi aplicado de forma individual e por escrito.
Primeiro,
foi aplicado o questionário com o objetivo de extrair os conhecimentos prévios
dos professores a respeito do processo neurobiológico de aquisição da
aprendizagem da leitura e da escrita. Na semana seguinte, foi entregue um
folheto explicativo, elaborado pelas autoras deste estudo a partir da
literatura estudada sobre o assunto, a respeito de como a criança adquire a
leitura e a escrita e, reaplicado o mesmo questionário junto aos professores
que receberam o folheto, verificando assim o efeito que a orientação
fonoaudiológica trouxe na situação pesquisada.
Os
31 professores participantes da pesquisa são do sexo feminino com idades entre
20 a 61 anos. Nesta amostra, 30 professoras possuem graduação em pedagogia,
sendo que 4 delas possuem uma segunda graduação e uma professora possui
graduação em serviço social. Além disso, 23 professoras pesquisadas possuem um
ou mais cursos de pós-graduação concluídos ou em andamento, sendo que o mais
comum entre eles é Psicopedagogia.
Tabela 1: Caracterização dos
participantes da pesquisa quanto à faixa etária
Faixa etária |
Freq. |
Perc. |
20 anos a 30 anos |
2 |
6,45% |
31 anos a 40 anos |
11 |
35,48% |
41 anos a 50 anos |
14 |
45,16% |
51 anos a 60 |
3 |
9,68% |
Acima de 61 anos |
1 |
3,23% |
Total |
31 |
100,00% |
Fonte: Elaboração própria com base nos dados
do estudo (2018)
Tabela 2: Caracterização dos participantes da
pesquisa quanto ao sexo.
Sexo |
Freq. |
Perc. |
Masculino |
0 |
0,00% |
Feminino |
31 |
100,00% |
Total |
31 |
100,00% |
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do estudo (2018)
Tabela 3: Caracterização dos participantes da
pesquisa quanto a cidade.
Cidade |
Freq. |
Perc. |
Ferraz de Vasconcelos |
24 |
77,42% |
Mauá |
7 |
22,58% |
Total |
31 |
100,00% |
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do estudo (2018)
Tabela 4:
Caracterização dos participantes da pesquisa quanto a formação básica.
Formação básica |
Freq. |
Perc. |
Graduação em pedagogia |
22 |
70,97% |
Graduação em pedagogia e Ciências
biológicas |
1 |
3,23% |
Graduação em Pedagogia e História |
1 |
3,23% |
Graduação em Pedagogia e Geografia |
1 |
3,23% |
Graduação em Serviço social |
1 |
3,23% |
Não informado |
5 |
16,13% |
Total |
31 |
100,00% |
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do estudo (2018)
Tabela 5: Caracterização dos participantes da
pesquisa quanto a formação complementar.
Formação complementar |
Freq. |
Perc. |
Pós-graduação em Psicopedagogia |
7 |
22,58% |
Pós-graduação em Gestão Escola |
2 |
6,45% |
Pós-graduação em Alfabetização e
letramento |
3 |
9,68% |
Pós-graduação em Direito Educacional |
1 |
3,23% |
Pós-graduação em Educação Infantil |
1 |
3,23% |
Pós-graduação em Artes |
1 |
3,23% |
Pós-graduação em Aconselhamento |
1 |
3,23% |
Pós-graduação em Pedagogia |
1 |
3,23% |
Pós-graduação em Psicopedagogia,
Atendimento Educacional Especializado e Gestão Escolar |
1 |
3,23% |
Pós-graduação em Pedagogia
Hospitalar, Psicomotricidade e Educação Musical |
1 |
3,23% |
Pós-graduação em Psicopedagogia e
Alfabetização |
1 |
3,23% |
Pós-graduação em Direito Educacional,
Psicopedagogia e Políticas de Saúde |
1 |
3,23% |
Pós-graduação em Arte e Educação,
Educação em Música e Estética da Arte |
1 |
3,23% |
Cursando pós-graduação em
psicopedagogia |
1 |
3,23% |
Não possui |
8 |
25,81% |
Total |
31 |
100,00% |
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do estudo (2018)
Tabela 6: Caracterização dos participantes da
pesquisa quanto o tempo que leciona.
Média do tempo que leciona |
Freq. |
Perc. |
0 anos até 5 anos |
3 |
9,68% |
>5 anos até 10 anos |
10 |
32,26% |
>10 anos até 15 anos |
5 |
16,13% |
>15 anos até 20 anos |
9 |
29,03% |
>20 anos até 25 anos |
4 |
12,90% |
Total |
31 |
100,00% |
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do estudo (2018)
Metodologia
estatística
Teste da razão de verossimilhança
O
teste da razão de verossimilhança é um teste de hipóteses que compara a
qualidade do ajuste de dois modelos, um modelo irrestrito com todos os
parâmetros livres, e seu modelo correspondente restrito pela hipótese nula para
menos parâmetros, para determinar qual oferece um melhor ajuste para seus dados
amostrais.
Foi adotado o nível de significância de 5% (0,050), para a
aplicação dos testes estatísticos. Quando o valor da ‘significância calculada’
(p) for menor do que 5% (0,050) encontramos uma ‘diferença estatisticamente
significante’ (no caso de ‘comparações’), e uma ‘relação estatisticamente
significante’ (no caso de ‘relacionamentos’). Quando o valor da significância
calculada (p) for igual ou maior do que 5% (0,050), encontramos uma ‘diferença
estatisticamente não-significante’ (no caso de ‘comparações’), e uma ‘relação
estatisticamente não-significante’ (no caso de ‘relacionamentos’).
RESULTADOS
Aplicação do Teste da Razão de Verossimilhança, com o
intuito de verificarmos possíveis diferenças entre as distribuições
probabilísticas dos questionários ‘1’ e ‘2’:
Tabela 7
Questão 1. Na sua
formação foi abordado o tema neurociência? |
Questionário 1 |
Questionário 2 |
Sig. (p) |
||
Freq. |
Perc. |
Freq. |
Perc. |
||
a) Sim |
12 |
38,71% |
12 |
38,71% |
0,891 |
b) Não |
17 |
54,84% |
16 |
51,61% |
|
c) Não respondeu |
2 |
6,45% |
3 |
9,68% |
|
Total |
31 |
100,00% |
31 |
100,00% |
Tabela 8
Questão 2. Alunos que
apresentam transtornos de aprendizagem são alunos que: |
Questionário 1 |
Questionário 2 |
Sig. (p) |
||
Freq. |
Perc. |
Freq. |
Perc. |
||
a) Têm um atraso no
desenvolvimento global, que causa um prejuízo cognitivo, resultando em uma
deficiência intelectual |
20 |
43,48% |
19 |
38,00% |
0,305 |
b) Têm problemas para
aprender devido a um funcionamento cerebral diferente |
12 |
26,09% |
18 |
36,00% |
|
c) Têm um comportamento
social inapropriado, por conta de fatores emocionais e/ou familiares, que
causam os transtornos de aprendizagem. |
12 |
26,09% |
9 |
18,00% |
|
d) Não se adaptam à
metodologia de ensino utilizada pelo professor e, por esse motivo, apresentam
transtornos de aprendizagem. |
0 |
0,00% |
3 |
6,00% |
|
e) Não respondeu |
2 |
4,35% |
1 |
2,00% |
|
Total |
46 |
100,00% |
50 |
100,00% |
Tabela 9
Questão 3. Há diferença
entre os termos “transtorno de aprendizagem” e “dificuldade de aprendizagem”?
Justifique |
Questionário 1 |
Questionário 2 |
Sig. (p) |
||
Freq. |
Perc. |
Freq. |
Perc. |
||
a) Sim. O transtorno é
uma alteração no sistema nervoso central e é persistente. A dificuldade é
transitória, está ligada ao meio ambiente, tem origem em problemas sociais,
culturais, pedagógicos, psicológicos e/ou emocionais. |
2 |
6,45% |
21 |
67,74% |
0,001 |
b) Sim. O transtorno de
aprendizagem é causado devido uma deficiência intelectual, a criança parece
perturbada. A dificuldade de aprendizagem é uma dificuldade de compreensão
que pode ser causada por fatores sociais, emocionais ou familiares. |
4 |
12,90% |
2 |
6,45% |
|
c) Sim. Transtorno de
aprendizagem é quando o aluno tem um atraso no desenvolvimento global.
Dificuldade de aprendizagem é quando o aluno possui um jeito diferente de
aprender. |
2 |
6,45% |
0 |
0,00% |
|
d) Sim. Dificuldade de
aprendizagem é mais fácil de ser revertida, com muito trabalho podemos
atingir essa criança e obter ótimos resultados, já o transtorno é algo mais
complexo, o indivíduo não consegue aprender, é uma deficiência. |
6 |
19,35% |
2 |
6,45% |
|
e) Sim. Transtorno de
aprendizagem é um problema no indivíduo (doenças) por questões biológicas,
pode ser nato ou adquirido, e precisa de ajuda de especialista. Já a
dificuldade de aprendizagem é uma falta de entendimento na metodologia adotada
pelo professor ou por fatores sociais e emocionais. |
11 |
35,48% |
4 |
12,90% |
|
f) Sim. A dificuldade de
aprendizagem pode estar relacionada a fatores pedagógicos, orgânicos ou
emocionais. As crianças têm dificuldades de memorização, raciocínio, coordenação
motora, atenção e concentração. |
1 |
3,23% |
0 |
0,00% |
|
g) Sim. Transtorno de
aprendizagem tem como causa algum trauma que o aluno sofre ou sofreu.
Dificuldade de aprendizagem qualquer um pode ter divido a alguma habilidade
que o aluno não tem ou não foi desenvolvida. |
1 |
3,23% |
0 |
0,00% |
|
h) Sim. Sem justificativa |
2 |
6,45% |
2 |
6,45% |
|
i) Não existe diferença |
0 |
0,00% |
0 |
0,00% |
|
j) Não respondeu |
2 |
6,45% |
0 |
0,00% |
|
Total |
31 |
100,00% |
31 |
100,00% |
Tabela 10
Questão 4. Para você, a
origem do transtorno de aprendizagem é: |
Questionário 1 |
Questionário 2 |
Sig. (p) |
||
Freq. |
Perc. |
Freq. |
Perc. |
||
a) Pedagógica |
1 |
2,86% |
0 |
0,00% |
0,383 |
b) Orgânica |
23 |
65,71% |
26 |
81,25% |
|
c) Emocional |
10 |
28,57% |
6 |
18,75% |
|
d) Não respondeu |
1 |
2,86% |
0 |
0,00% |
|
Total |
35 |
100,00% |
32 |
100,00% |
Tabela 11
Questão 5. Você acha que
a orientação fonoaudiológica é importante para o esclarecimento do que
acontece com alunos que apresentam problemas de aprendizagem? |
Questionário 1 |
Questionário 2 |
Sig. (p) |
||
Freq. |
Perc. |
Freq. |
Perc. |
||
a) Sim |
30 |
96,77% |
31 |
100,00% |
0,797 |
b) Não |
0 |
0,00% |
0 |
0,00% |
|
c) Não respondeu |
1 |
3,23% |
0 |
0,00% |
|
Total |
31 |
100,00% |
31 |
100,00% |
Tabela 12
Questão 6. Em sua
opinião, se houvesse uma parceria da escola com um fonoaudiólogo, seria mais
fácil agir diante dos problemas de aprendizagem? Justifique |
Questionário 1 |
Questionário 2 |
Sig. (p) |
||
Freq. |
Perc. |
Freq. |
Perc. |
||
a) Sim, porque os
problemas de aprendizagem estão ligados a problemas de fala e dicção, os
alunos tendem a escrever como falam. |
6 |
19,35% |
2 |
6,45% |
0,149 |
b) Sim, porque o trabalho
multidisciplinar, principalmente de profissionais da área da saúde, ajudaria
o professor a lidar com questões que não são de sua área. |
12 |
38,71% |
12 |
38,71% |
|
c) Sim, principalmente
nas séries iniciais para a aquisição da linguagem oral e escrita. |
3 |
9,68% |
0 |
0,00% |
|
d) Sim, para auxiliar a
equipe pedagógica no entendimento sobre as dificuldades e transtornos de
aprendizagem, além do direcionamento de atividades e estratégias para tais
alunos. |
4 |
12,90% |
13 |
41,94% |
|
e) Sim, porque muitas crianças
têm dificuldade de identificar ou compreender o som das letras, sílabas e
palavras, podendo estar ligado ao sistema auditivo. |
3 |
9,68% |
1 |
3,23% |
|
f) Sim. A parceria entre
pedagogo e fonoaudiologo aumentaria a qualidade de aprendizagem dos alunos. |
1 |
3,23% |
1 |
3,23% |
|
g) Sim, pois muitos
alunos não têm condições de pagar atendimento fonoaudiológico e o SUS é
demorado. |
1 |
3,23% |
1 |
3,23% |
|
h) Sim. Sem justificativa |
1 |
3,23% |
1 |
3,23% |
|
Total |
31 |
100,00% |
31 |
100,00% |
Tabela 13
Questão 7. O folheto explicativo contribuiu
para o seu conhecimento a respeito das questões sobre os problemas de
aprendizagem? Como. |
Questionário 2 |
|
Freq. |
Perc. |
|
a) Sim, pois esclareceu algumas
dúvidas. |
7 |
22,58% |
b) Sim, trouxe esclarecimento a
respeito da diferença entre transtorno e dificuldades de aprendizagem e como
ajudar o aluno numa abordagem multidisciplinar. |
9 |
29,03% |
c) Sim, porque é explicativo e com
uma linguagem simples de fácil entendimento e objetivo. |
7 |
22,58% |
d) Sim. Sem justificativa |
6 |
19,35% |
e) Pouco. Muito vago |
1 |
3,23% |
f) Não |
0 |
0,00% |
g) Não respondeu |
1 |
3,23% |
Total |
31 |
100,00% |
Tabela 14
Questão 8. Em uma escala de 1 a 5,
sendo 1. Péssimo, 2. Ruim, 3. Bom, 4. Ótimo e 5. Excelente. Como você avalia
o folheto? |
Questionário 2 |
|
Freq. |
Perc. |
|
a) 1 |
0 |
0,00% |
b) 2 |
0 |
0,00% |
c) 3 |
7 |
22,58% |
d) 4 |
9 |
29,03% |
e) 5 |
14 |
45,16% |
f) Não respondeu |
1 |
3,23% |
Total |
31 |
100,00% |
Tabela 15
Questão 9. Que sugestões você daria
para melhorar o folheto? |
Questionário 2 |
|
Freq. |
Perc. |
|
a) Poderia mudar a cor da informação
inicial |
1 |
3,23% |
b) Ampliar o repertório de
informações |
3 |
9,68% |
c) Detalhar mais as dificuldades e os
transtornos de aprendizagem (dislexia, discalculia e disortografia). |
2 |
6,45% |
d) Poderia trazer mais exemplos,
relatos, experiências e como melhorar as dificuldades de aprendizagem. |
2 |
6,45% |
e) Explicar quais áreas do cérebro
são responsáveis pela aprendizagem e alteradas com os transtornos de
aprendizagem. |
2 |
6,45% |
f) Sem sugestões |
12 |
38,71% |
g) Não respondeu |
9 |
29,03% |
Total |
31 |
100,00% |
DISCUSSÃO
Alguns
professores consultaram sites de busca da internet para responder o primeiro
questionário proposto. Esse fato nos leva a entender que faltam conhecimentos
importantes para eles, que poderiam facilitar o processo de
ensino-aprendizagem. Esses achados também vão ao encontro de outras pesquisas
relacionadas (OLIVEIRA et al, 2012; CARVALHO;
CRENITTE; CIASCA, 2007), onde os pesquisados mostram indecisão nas
respostas aos questionários, muitas vezes apontando todas as alternativas como
corretas.
A
maioria (54,84%) dos professores alegou que não foi abordado o assunto de
Neurociências na sua graduação, contra 38,71% que disseram ter estudado esta
área. Um pequeno grupo (6,45%) referiu que não se recordava (tabela 7).
Carvalho (2011) relata que o conhecimento das ciências do cérebro pode trazer
aos docentes informações científicas importantes para a melhor compreensão da
aprendizagem, contribuindo para a renovação teórica de sua formação. Outro
estudo (OLIVEIRA; NATAL, 2012), constatou que os professores possuem
conhecimentos fundamentais limitados para a sua prática no que diz respeito ao
processo de alfabetização e de desenvolvimento da linguagem escrita.
Os
professores pesquisados apresentaram bastante incerteza em identificar as
características dos transtornos de aprendizagem. No primeiro questionário, as
respostas foram bem divididas entre as alternativas dadas (tabela 8), sendo
predominante a escolha da opção que refere que alunos com transtornos de
aprendizagem têm um atraso no desenvolvimento global, causando prejuízo
cognitivo, que resulta em uma deficiência intelectual. Entretanto, essa não é a
alternativa correta, visto que os transtornos de aprendizagem são problemas
específicos e não comprometem o desenvolvimento intelectual. A segunda
alternativa mais apontada é a que define corretamente que estes alunos
apresentam um funcionamento cerebral diferente; seguida pela terceira mais
assinalada, que os classifica como tendo um comportamento social inapropriado,
como consequência de fatores emocionais e/ou familiares, que também não é a
alternativa correta. Achados semelhantes foram encontrados no estudo de Carvalho, Crenitte e Ciasca (2007), realizado com
professores sobre problemas de aprendizagem, em que 47% dos profissionais
pesquisados considerou que alunos que apresentam transtorno de aprendizagem são
aqueles que têm uma incapacidade em aprender devido a algum problema
neurológico, seguido de 18% que referiu que esses alunos têm problema social,
ligado a fatores do meio ambiente.
No
segundo questionário aplicado na presente pesquisa, as respostas continuaram
divididas, porém a alternativa correta, que continha a definição relacionada ao
funcionamento cerebral diferente em casos de transtorno de aprendizagem, passou
a ser a mais escolhida pelos professores. Já a alternativa que relaciona
problemas na aprendizagem com atraso global do desenvolvimento, que havia sido
a mais escolhida anteriormente, ficou em segundo lugar, enquanto a opção que
relacionava o comportamento inapropriado na aprendizagem com fatores emocionais
e/ou familiares foi bem menos assinalada (tabela 8). Tais resultados estão em
consonância com o estudo de Stefanini e Cruz (2006), em que alguns professores
referiram que alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem manifestam
problemas neurológicos, distúrbios como atraso mental em relação à idade
cronológica, dislexia, falta de concentração, hiperatividade e desinteresse em
executar as atividades escolares.
Todos
os professores pesquisados alegaram que existe diferença entre transtornos e
dificuldades de aprendizagem, porém suas justificativas para explicar tais
diferenças foram confusas e pouco assertivas (tabela 3). No primeiro
questionário, o transtorno de aprendizagem foi definido como um problema
relacionado a questões biológicas, que pode ser inato ou adquirido e requer a
ajuda de especialista para ser identificado, sendo essa uma justificativa
parcialmente correta, visto que, conforme Neves e Batigália (2011), tal
transtorno pode ser caracterizado como uma alteração funcional no Sistema
Nervoso Central (SNC) de origem intrínseca, não podendo ser adquirido. Já a
dificuldade de aprendizagem foi conceituada por 35,48% dos professores como uma
falta de entendimento pelo indivíduo da metodologia adotada pelo professor,
decorrente de fatores sociais e emocionais, o que pode ser considerada como uma
justificativa correta. Além destes fatores, as dificuldades de aprendizagem
também podem ser resultantes de questões de ordem social, cultural, psicológica
e/ou econômica (NEVES; BATIGÁLIA, 2011). Já para 19,35% dos amostrados, a
dificuldade de aprendizagem é mais fácil de ser revertida, enquanto o
transtorno é algo mais complexo, sendo que o indivíduo não consegue aprender e
pode ser classificado como tendo uma deficiência. Novamente tal justificativa
está correta, visto que a dificuldade realmente é mais fácil de ser revertida e
o transtorno não tem total superação. Para 12,90% da amostra, o transtorno de aprendizagem é causado por uma deficiência
intelectual, e a dificuldade de aprendizagem é um problema de compreensão, que pode ser causada por fatores sociais,
emocionais ou familiares, o que não é correto, pois o transtorno de
aprendizagem não é uma deficiência intelectual. Já 6,45% dos entrevistados
afirmou corretamente que o transtorno é uma alteração no sistema nervoso
central e é persistente, enquanto a dificuldade de aprendizagem é transitória,
está ligada ao meio ambiente e tem origem em problemas sociais, culturais,
pedagógicos, psicológicos e/ou emocionais. Outros 6,4% dos pesquisados referiu
que o transtorno de aprendizagem acontece quando o aluno tem um atraso no
desenvolvimento global e a dificuldade de aprendizagem se caracteriza por um
jeito diferente de aprender. Para 3,23% dos participantes, a dificuldade de
aprendizagem pode estar relacionada a fatores pedagógicos, orgânicos ou
emocionais. Já as crianças com dificuldades têm dificuldades de memorização,
raciocínio, coordenação motora, atenção e concentração. Uma pequena parcela
(3,23%) da amostra acredita que o transtorno de aprendizagem tem como causa
algum trauma que o aluno sofre ou sofreu, enquanto a dificuldade de
aprendizagem está relacionada a alguma habilidade que o aluno não tem ou não
foi desenvolvida. Por fim, 12,90% dos
entrevistados disseram que não existe diferença entre esses dois termos ou não
justificou sua resposta.
No segundo
questionário, houve uma diferença estatisticamente significante na resposta dos
professores, sendo que 67,74% dos pesquisados referem corretamente que
transtorno de aprendizado é uma alteração no sistema nervoso central e é
persistente (tabela 9). A dificuldade é transitória, está ligada ao meio
ambiente e tem origem em problemas sociais, culturais, pedagógicos,
psicológicos e/ou emocionais. Esse dado revela a importância da orientação
fonoaudiológica junto aos professores a respeito das dificuldades de
aprendizagem da linguagem escrita, para trazer esclarecimentos sobre esses
aspectos aos docentes. Em um estudo que buscou descrever uma proposta que
contribuía para o planejamento de ações de promoção de saúde em Fonoaudiologia
Educacional (OLIVEIRA; NATAL, 2012), assim, os trabalhos desenvolvidos pela
Fonoaudiologia Educacional devem manter-se como prioridade dessa área, pois
favorecem trocas de conhecimentos no ambiente escolar.
No primeiro
questionário, os professores relacionaram as causas dos transtornos de
aprendizagem à problemas orgânicos (65,71%) e emocionais (28,57%), sendo que
muitos assinalaram as duas alternativas, o que se manteve no segundo
questionário, porém com maior escolha da alternativa correta, relativa à
problemas orgânicos, que teve 81,25% das respostas, enquanto que os aspectos
emocionais foram assinalados por 18,75% da amostra (tabela 10). Em uma pesquisa
realizada por Stefanini e Cruz (2006), os professores associaram as causas dos
transtornos de aprendizagem a problemas familiares, da própria criança e da
escola. Já em outro trabalho mais recente (OLIVEIRA et al., 2012), as
dificuldades de aprendizagem dos alunos foram relacionadas a aspectos orgânicos
e familiares pelos professores. Esses achados nos levam a pensar que os professores
apresentam conhecimento restrito a respeito dos transtornos de aprendizagem e
suas causas, porém, após a orientação fonoaudiológica, as respostas foram mais
assertivas.
Na
questão em que foi perguntado aos professores se consideram a orientação
fonoaudiológica importante para o esclarecimento do que acontece com alunos que
apresentam problemas de aprendizagem, 96,77% deles responderam afirmativamente
(tabela 11). Todos os professores pesquisados mencionaram ser importante a
parceria da escola com um fonoaudiólogo para melhor agir diante dos problemas
de aprendizagem. No primeiro questionário, 38,71% justificaram que o trabalho
interdisciplinar, principalmente com profissionais da área da saúde, ajudaria o
professor a lidar com questões que não são de sua área, seguido de 19,35% que
acreditam ser importante a parceria do fonoaudiólogo com a escola, pois muitos
problemas de aprendizagem estão ligados a problemas de fala e linguagem e os
alunos tendem a escrever como falam.
No
segundo questionário, 41,94% dos professores justificaram que o fonoaudiólogo
pode auxiliar a equipe pedagógica no entendimento sobre as dificuldades e
transtornos de aprendizagem, além de contribuir para um melhor direcionamento
de atividades e estratégias para tais alunos (tabela 12). Esses dados nos
remetem ao estudo de Oliveira
el al (2012) que referem que a escola reforça
a ideia de que mais profissionais, particularmente aqueles relacionados à área
da saúde, resolverão os problemas de aprendizagem por ela observados.
Os
professores pesquisados julgaram que o folheto explicativo tinha uma linguagem
simples, de fácil entendimento e era objetivo, o que contribuiu com o
conhecimento a respeito das questões sobre os problemas de aprendizagem,
trazendo esclarecimento quanto à diferença entre transtorno e dificuldade de
aprendizagem e como ajudar o aluno numa abordagem interdisciplinar (tabela 13).
A maioria (45,16%) dos professores considerou o folheto explicativo excelente,
seguido de 29,03% que considerou ótimo e 22,58% que o classificou como bom
(tabela 14).
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Este
trabalho teve por objeto caracterizar o conhecimento de educadores do ensino
fundamental sobre o processo neurobiológico de aquisição da leitura e da
escrita e verificar a eficácia da orientação fonoaudiológica junto a eles.
Após
a análise dos dados coletados da pesquisa aplicada, constatou-se que, para os
professores desta amostra, o transtorno de aprendizagem é causado por questões
biológicas e pode ser inato ou adquirido, sendo esta uma compreensão
parcialmente correta do quadro. Além disso, julgaram ser o transtorno algo
muito complexo, em que o aluno não consegue aprender e pode ser visto como
tendo uma deficiência, sendo que essa última afirmação foge do que a literatura
aponta, pois, no Brasil, os transtornos de aprendizagem não são categorizados
como deficiência. Já as dificuldades de aprendizagem também foram definidas
corretamente como uma falta de entendimento da metodologia adotada pelo
professor ou como consequência de fatores sociais e emocionais, sendo mais
fácil de ser revertida. Nessa pesquisa, verificou-se que as professoras que
dela participaram, têm pouco conhecimento a respeito da aquisição da linguagem
escrita do ponto de vista neurobiológico, e apresentam dúvidas quanto a diferença
entre transtorno e dificuldade de aprendizagem, pois, ao responderem o primeiro
questionário, apresentaram bastante incertezas e buscaram as respostas em sites
da internet, além de tirarem dúvidas umas com as outras.
A
orientação fonoaudiológica trouxe ao corpo docente uma melhor compreensão dos
problemas na aprendizagem, esclareceu as diferenças entre transtorno e
dificuldade de aprendizagem e mostrou estratégias facilitadoras para tais
alunos. Dessa forma, seria importante considerar uma ação integrada, do
fonoaudiólogo, juntamente a equipe pedagógica.
É
importante que pesquisas relacionadas a aquisição da linguagem escrita e as
diferenças entre transtorno e dificuldade de aprendizagem sejam realizadas,
principalmente, na verificação dos benefícios da atuação conjunta entre a
escola e o profissional fonoaudiólogo.
Por
fim, entendemos que seria relevante que os cursos de graduação em Pedagogia
repensassem o seu conteúdo pedagógico, podendo oferecer mais conhecimento a
respeito de como o cérebro age diante da aprendizagem, aos professores. Dessa
forma, o docente estaria mais preparado a lidar com as diversidades em sala de
aula.
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