Revista Decifrar //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar <p>A <strong>Revista Decifrar</strong> tem o intuito de publicar artigos científicos de docentes e discentes da Pós-Graduação, de Instituições de Ensino Superior do Brasil e do exterior, interessados em apresentar resultados de suas pesquisas concluídas ou em andamento, haja vista que a disponibilização desses trabalhos online para o público especializado amplia a possibilidade de discussão em torno da Teoria e da Crítica Literária, bem como das Literaturas em Língua Portuguesa. Divulga textos inéditos e originais, em língua portuguesa, língua inlgesa, língua francesa e língua espanhola, com estudos na área de Letras, Artes e Humanidades em geral, nas subáreas literatura brasileira, portuguesa e outras literaturas. Constitui-se de um periódico semestral, na modalidade fluxo contínuo, destinado à publicação de artigos, dossiês, entrevistas, cartas, textos inéditos de artistas, bem como de resenhas de obras teóricas, críticas ou artísticas, de teses, de dissertações e de monografias. É organizada pelos professores pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos Literários da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Amazonas.</p> <p><strong>ISSN:</strong> 2318-2229 | <strong>Ano de Criação:</strong> 2013 |<strong> Área do Conhecimento:</strong> Letras | <strong>Periodicidade:</strong> Semestral, na modalidade fluxo contínuo | <strong>DOI:</strong> 10.29281 | <strong>QUALIS:</strong> B1</p> pt-BR <p>Todos os artigos desta revista obedecem a licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/">Creative Commons </a>- Attribution 4.0 International (CC BY 4.0).</p> <p><img src="//www.periodicos.ufam.edu.br/public/site/images/kenediazevedo/sem-ttulo-1-9d4dc52c8a49fa12b3eda1d64ce211ab.png" alt="" width="142" height="50" /></p> revistadecifrar@ufam.edu.br (Kenedi Santos Azevedo) thiagoton91@live.com (Thiago Oliveira Neto) Tue, 20 May 2025 19:21:07 +0000 OJS 3.3.0.8 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 TENDÊNCIAS E DESAFIOS: UMA EXPLORAÇÃO DA IMAGOLOGIA NA LITERATURA COMPARADA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16371 <p class="CorpodoResumoConfeso2">O presente capítulo pretende oferecer uma análise sobre o desenvolvimento e as potencialidades da Imagologia na Literatura Comparada. Explorando-se as nuances da Imagologia, examina-se como as representações simbólicas e estereótipos culturais são empregados no texto literários para transmitir significados sutis e complexos. Além disso, o trabalho destaca os desafios inerentes à interpretação e análise dessas imagens, considerando o contexto cultural, histórico e social. A pesquisa não apenas identifica padrões recorrentes, mas também questiona as limitações e implicações éticas associadas à construção de imagens na literatura comparada. Este estudo pretende contribuir para o entendimento da interseção entre literatura e imagem, oferecendo uma visão crítica da Imagologia e possibilidades de mais estudos no Brasil a partir dessa teoria.</p> Maria Iara Zilda Návea da Silva Mourão Copyright (c) 2025 Maria Iara Zilda Návea da Silva Mourão https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16371 Thu, 03 Jul 2025 00:00:00 +0000 SOBRE A DIMENSÃO ESTÉTICA DE MEMÓRIAS DE MADAME SATÃ //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16389 <p>O objetivo deste artigo é demonstrar como a dimensão estética é fundamental para a compreensão de <em>Memórias de Madame Satã</em> (1972). Transcrita por Sylvan Paezzo a partir da narração oferecida por João Francisco dos Santos, a obra pode ser enquadrada na tradição das narrativas de testemunho da América Latina. Concentrando a atenção na primeira parte do livro e retomando as formulações de Coccia (2010), Burke (1969) e Chklovski (1973) (dentre outros), procurou-se identificar os procedimentos formais utilizados para a composição do relato. Ao fim, com base nas formulações de Castagnino (1968), também são tecidas algumas breves considerações a respeito da estilística da obra.</p> Lucas Tokuhara, Anselmo Peres Alós Copyright (c) 2025 Lucas Tokuhara, Anselmo Peres Alós https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16389 Tue, 08 Jul 2025 00:00:00 +0000 APONTAMENTOS SOBRE A EPOPEIA HAGIOGRÁFICA ISIDRO (1599), DE LOPE DE VEGA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16374 <p>Em 1599, Lope de Vega publica a epopeia hagiográfica <em>Isidro</em>, cujo herói é santo Isidro, o lavrador, patrono da cidade de Madri. Este artigo pretende, retomando as preceptivas poético-retóricas antigas e modernas sobre o gênero epopeia, situar a epopeia lopiana nas discussões quinhentistas e seiscentistas sobre o gênero, especificamente sobre a manutenção do maravilhoso e o respeito ao verossímil, bem como analisar as partes quantitativas – título, proposição, invocação, dedicatória e narração –, da referida epopeia<em>. </em></p> Gabriel Furine Contatori Copyright (c) 2025 Gabriel Furine Contatori https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16374 Thu, 03 Jul 2025 00:00:00 +0000 A IDEIA KOCH-GRÜNBERG E ELIZABETH AGASSIZ DE UM LUGAR-COMUM DE MULHERES AMAZÔNIDAS A PARTIR DAS PERSPECTIVAS DE GÊNERO. //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17864 <p>Estes escritos trazem importante contribuição para os estudos que envolvem a temática de mulheres na Amazônia. Carregando diferentes perspectivas, Elizabeth Agassiz e Theodor&nbsp;Koch-Grünberg movimentam uma ideia muito disseminada que existe um lugar comum para mulheres amazônidas. Para isto analisaremos a obra dos Agassiz (2000) <em>Viagem ao Brasil 1865–1866</em>, e as obras de Grünberg<em>, Mitos e Lendas dos Índios Taulipang e Arekuna (1935); Dois anos entre os indígenas: viagens ao noroeste do Brasil (1903-1905)</em> e também Do <em>Roraima ao Orinoco: observações de uma viagem pelo norte do Brasil e pela Venezuela durante os anos de 1911 a 1913</em>.</p> Carliandra Macedo, Yoshiko Sassaki Copyright (c) 2025 Carliandra Macedo, Yoshiko Sassaki https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17864 Tue, 08 Jul 2025 00:00:00 +0000 “UMA EXPERIÊNCIA DE ARREPIAR”: O PODCAST COMO FERRAMENTA PARA APROXIMAÇÃO À LEITURA LITERÁRIA E À PRODUÇÃO DE TEXTOS //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16368 <p><span style="font-weight: 400;">O presente trabalho objetiva refletir acerca da importância da inserção das tecnologias digitais no processo de formação de leitores na atualidade. Os avanços tecnológicos trouxeram mudanças significativas na nossa relação com os livros, que agora é também perpassada pelo imediatismo dos novos tempos, permeados por vídeos curtos vinculados por diferentes mídias sociais. Diante desse cenário, entende-se necessária a implementação destes instrumentos no espaço escolar partindo da compreensão de que esses podem cumprir papel importante no fortalecimento e na aproximação dos estudantes da leitura literária. Para tanto, investiga-se as experiências relatadas por alunos do segundo ano do ensino médio a partir da realização de uma atividade em grupo que propunha a criação de </span><em><span style="font-weight: 400;">podcasts</span></em><span style="font-weight: 400;">, que tinha como base contos do período gótico do movimento romântico da literatura, nas aulas de língua portuguesa e literatura brasileira. Os apontamentos dos estudantes mostraram que o ambiente construído, aliando os textos literários ao uso das tecnologias, promoveu a autonomia, fortaleceu a autoconfiança, incentivou a criatividade e a colaboração entre os colegas, permitindo que esses assumissem papel de protagonismo, ao produzirem conteúdo depois das leituras realizadas em aula. As reflexões teóricas aqui propostas partem das contribuições de estudiosos que refletem tanto acerca do uso das tecnologias no espaço escolar quanto sobre a importância da leitura literária e seu papel social.</span></p> Ariane Avila Neto de Farias, Anderson Martins Pereira Copyright (c) 2025 Ariane Avila Neto de Farias, Anderson Martins Pereira https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16368 Wed, 02 Jul 2025 00:00:00 +0000 UMA POÉTICA DA LEITURA EM ANA MARTINS MARQUES E ANA CRISTINA CESAR //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17158 <p>O presente artigo tem como objetivo realizar uma <em>close reading</em> de poemas de Ana Martins Marques, analisando os diálogos que a poeta mineira estabelece com a carioca Ana Cristina Cesar. Por meio desse diálogo, busca-se examinar o tratamento que ambas conferem à tradição literária e, além disso, investigar como convocam determinados nomes por meio de citações, epígrafes e intertextualidades. Superando reflexões hierárquicas e geracionais sobre tradição e ruptura, escritores e seus precursores, bem como a simples análise de textos em diálogo, esta pesquisa, com o auxílio de autores como Jorge Luis Borges (2000), Emir Rodríguez Monegal (1980) e Ricardo Piglia (2000), entre outros, propõe refletir sobre a biblioteca como ponto de partida para a produção dessas poetas. Entende-se que ambas assumem a dupla figura de escritoras-leitoras, configurando a leitura como uma parte essencial e inventiva do processo de criação.</p> Camila Nakamura Vieira Copyright (c) 2025 Camila Nakamura Vieira https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17158 Tue, 08 Jul 2025 00:00:00 +0000 TIETÊ: MÁRIO NAVEGA PELA PAULICEIA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16262 <p>Tendo em vista o laço estreito que une o poeta Mário de Andrade e a cidade de São Paulo, este trabalho propõe um passeio pelo rio Tietê, rio que cruza a cidade e a vida de Mário de Andrade, nosso navegante principal. O poeta cria <em>com</em> o Rio, compondo em <em>Pauliceia Desvairada</em> (1922) um hino nascente no poema <em>Tietê</em>. O mesmo rio desagua, ao final de sua vida, na <em>Lira Paulistana</em> (1945), especialmente com o poema o <em>Meditação sobre o Tietê</em>. Embarcamos nessa viagem, com início e fim nas águas, para destacar e comprovar a importância da cidade, sobretudo das sinuosas águas paulistanas, enquanto marcadoras de seu percurso poético em sua nascente, a afirmação como modernista e sua despedida.</p> Luciéle Bernardi de Souza Copyright (c) 2025 Luciéle Bernardi de Souza https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16262 Tue, 17 Jun 2025 00:00:00 +0000 TESTAMENTOS DA FINITUDE NA PEÇA AS AVES DA NOITE, DE HILDA HILST //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16381 <p style="font-weight: 400;">Na peça <em>As aves da noite</em> um conjunto de personagens é condenado a morrer de fome e sede no bunker da morte, no campo de concentração de Auschwitz. Hilda Hilst dialoga com a História e cria uma versão dramatúrgica para o que ocorreu com o padre franciscano Maximilian Kolbe, vítima da perseguição nazista que ceifou milhares de vidas no planeta. Os condenados no porão da fome assumem discursos que entrelaçam desencanto e revolta com a vida. Cada um, à sua maneira, evoca pensamentos que visam racionalizar o abandono em que estão inseridos. As falas e interações entre as personagens reverberam o todo de uma complexa rede de subjetividades imantadas por conflitos. A fala é uma espécie de testamento do fim, orquestrado pelas pulsões de ordem carnal, poética e espiritualista que atravessam as personagens. O ensaio visa pensar de que modo os encarcerados enfrentam a constatação da morte e como eles se constroem diante da ruína existencial que se espraia nos seus corpos e nas suas ações, na maioria das vezes mais centrada na interioridade do que no movimento exterior, tendo em vista que a ação de resistir ocorre através do pensamento. As personagens de Hilda Hilst nesta peça estão a todo momento lutando contra a imobilidade, amplificada no porão da fome.</p> Francisco Alves Gomes, João Vianney Cavalvanti Nuto Copyright (c) 2025 Francisco Alves Gomes, João Vianney Cavalvanti Nuto https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16381 Tue, 17 Jun 2025 00:00:00 +0000 DISCURSIVIDADE PÓS-COLONIAL E A ESCRITA LITERÁRIA DE YTANAJÉ CARDOSO EM CANUMÃ: A TRAVESSIA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17233 <p>Ytanajé Coelho Cardoso é um escritor indígena descendente dos Munduruku, autor do romance <em>Canumã</em>: a travessia, publicado em 2019. Nessa obra são narradas histórias e vivências de um povo tradicional munduruku que se encontra em uma região banhada pelo rio Canumã, situado no estado do Amazonas. A indicação do termo travessia sugere um olhar acerca das transformações que afligem as raízes tradicionais de uma comunidade indígena. Assim, a construção dessa narrativa conscientiza acerca da preservação do legado cultural indígena, buscando, sobretudo, manter viva a língua e as memórias de um povo historicamente negligenciado e silenciado. Dito isso, apresentamos uma análise a partir da leitura do romance de Ytanajé Cardoso à luz do discurso pós-colonial. Considerando o que diz Ana Mafalda Leite (2020), o pós-colonialismo inclui estratégias discursivas e performativas que frustram a visão de ordem colonial. Ou seja, trata-se de uma prática que vai na contramão dos discursos dominantes. Ao pensar sobre o lugar dos Povos Originários na história, Pachamama (2020) destaca a construção de sua invisibilidade enquanto sujeitos históricos e ressalta o protagonismo pulsante desses povos. A historiografia apresenta um discurso excludente, uma visão limitada acerca dos povos da floresta. A escrita de Ytanajé Cardoso representa, desse modo, uma posição contrária aos estigmas e visões equivocadas enraizadas em nossa sociedade. Assim, a construção de um texto narrativo de autoria indígena, sobretudo um romance que ainda é pouco explorado no cenário da literatura indígena amazonense, é um ato político e percorre um caminho de reconstrução e de conhecimento.</p> Alexandre Lira Sá Copyright (c) 2025 Alexandre Lira Sá https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17233 Wed, 02 Jul 2025 00:00:00 +0000 FIGURAÇÕES DA RESISTÊNCIA FEMININA INDÍGENA EM “O KARAÍBA”, DE DANIEL MUNDURUKU //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17999 <p>Este artigo propõe discutir sobre as formas de resistência feminina indígena protagonizadas pelas personagens Maraí e Potyra em <em>O Karaíba</em> (2010), de Daniel Munduruku em diálogo com <em>A mulher habitada</em> (2000), de Gioconda Belli. O conceito de resistência aqui proposto é lido como valorização das subjetividades e existências invisibilizadas historicamente. Os estudos literários sobre resistência têm sido extensamente discutidos a partir da definição proposta no texto <em>Narrativa e Resistência</em> de Alfredo Bosi (1996), em que consiste em duas dimensões: resistência como tema e resistência como escrita eminente. No entanto, está análise se fundamenta na ampliação dos sentidos que o termo resistência sugere pontuando as diferentes formas de sobrevivência de grupos sociais marginalizados, pois diante das indubitáveis nulidades do ser atravessado pelos efeitos do colonialismo surgem significativas formas de resistência e reafirmação das identidades fraturadas pelas relações de poder. Nesse sentido, o romance <em>O karaíba</em> reverbera a história/memória dos povos indígenas no Brasil no período colonial apagada pelos invasores. A pesquisa é de teor bibliográfico e está ancorada à luz das teorizações de Gayatri Spivak (2010); Halbwachs (1968); Benjamim (1989); Anilbal Quijano (2006); Alfredo Bosi (1996); Daniel Munduruku (2010), entre outros.</p> Rubenil da Silva Oliveira Copyright (c) 2025 Rubenil da Silva Oliveira https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17999 Thu, 03 Jul 2025 00:00:00 +0000 ENTRE VOZES E FRONTEIRAS: TESTEMUNHO, RESISTÊNCIA E FORÇAS CENTRÍFUTAS NA NARRATIVA DE ELIANE POTIGUARA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17965 <p>A literatura é um espaço para a autoexpressão de grupos historicamente marginalizados, como os povos indígenas, permitindo que exponham sua visão de mundo sem a mediação do discurso científico e/ou institucional. Tendo isso em mente, o objetivo desse trabalho é analisar um recorte da obra <em>O vento espalha minha voz originária</em>, de Eliane Potiguara, considerada uma importante voz feminina e feminista na defesa dos direitos indígenas. O tema se justifica pela necessidade de maior destaque dos autores indígenas nas universidades, de modo que essa visibilidade possa ser estendida à educação básica e à sociedade como um todo. Foca-se aqui na tradição perpetuada pelas mulheres indígenas e no caráter testemunhal de seus relatos, além do processo pelo qual a literatura indígena, muitas vezes, conquista reconhecimento internacional antes de ser valorizada nacionalmente. Essa dinâmica é compreendida a partir das forças centrífugas de Bakhtin, que mostram como a difusão de discursos para diferentes esferas sociais e culturais impacta no seu reconhecimento e visibilidade. Amparado no movimento literário indígena contemporâneo e na perspectiva bakhtiniana, evidencia-se a construção de um eu-nós lírico-político que se manifesta como ativismo político e expressão cultural. Metodologicamente, o trabalho adota uma abordagem qualitativa e linguístico-discursiva, buscando contribuir para a visibilidade da literatura indígena e, mais especificamente, ressaltar a força da obra de Eliane Potiguara enquanto um espaço de interseção entre tradição, resistência e autoafirmação dos povos indígenas.</p> Mayara Macedo Assis, Sinval Martins de Sousa Filho Copyright (c) 2025 Mayara Macedo Assis, Sinval Martins de Sousa Filho https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17965 Sat, 05 Jul 2025 00:00:00 +0000 UMA ANÁLISE DO PROGRAMA AÇÃO SABERES INDÍGENAS NA ESCOLA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17981 <p>O programa do Ministério da Educação (MEC), intitulado Ação Saberes Indígenas na Escola (ASIE), regulamentado pela Portaria nº 98 em dezembro de 2013 tem entre seus objetivos a oferta de formação continuada para professores/as que atuam na Educação Escolar Indígena e a realização de pesquisas para a produção de materiais didáticos nas línguas indígenas. Este artigo apresenta resultados de pesquisa bibliográfica que buscou identificar e descrever as contribuições apresentadas nos textos selecionados a respeito do programa ASIE. Para tal, realiza um levantamento de artigos acadêmicos e trabalhos de pós-graduação sobre a temática. Como resultados, identifica que o programa ASIE contribui para a valorização dos saberes, línguas, culturas e identidades indígenas e para o protagonismo indígena. Contudo, ressalta a necessidade de aprimoramento e continuidade da ASIE.</p> Cássia Gonçalves Alencar, Marta Coelho Castro Troquez Copyright (c) 2025 Cássia Gonçalves Alencar, Marta Coelho Castro Troquez https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17981 Thu, 03 Jul 2025 00:00:00 +0000 AS MISSÕES JESUÍTAS TRIBUTÁRIAS DOS SABERES INDÍGENAS NA AMÉRICA PORTUGUESA //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17953 <p>Este artigo objetiva compreender o papel dos ensinamentos transmitidos aos jesuítas pelos indígenas que ocupavam as regiões da América Portuguesa, bem como a influência dos saberes ancestrais para o sucesso das missões jesuíticas durante o período colonial. A partir da leitura e análise de excertos das primeiras cartas dos padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, identificam-se aspectos que corroboram para a ideia de que o sucesso das missões se deu em virtude do aprendizado que os padres da Companhia de Jesus, tiveram na convivência com os nativos. Finalmente, busca-se apontar possíveis caminhos que valorizem esse saber indígena para que o mesmo ocupe seu lugar dentro de um panorama educacional mais amplo.</p> Alexandre Souza Franco Copyright (c) 2025 Alexandre Souza Franco https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/17953 Wed, 02 Jul 2025 00:00:00 +0000 CORPOS MARCADOS, VOZES RESISTENTES: MULHERES INDÍGENAS NA LITERATURA COMO ESPAÇO DE EMPODERAMENTO //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16287 <p>Este estudo aborda o papel das mulheres indígenas na literatura contemporânea, com ênfase nas obras das autoras Márcia Kambeba e Sony Ferseck. A pesquisa analisa as opressões vivenciadas por essas mulheres em dimensões culturais e sociais. O referencial teórico de Graça Graúna (2013) e Truduá Dorrico (2018) fornece alicerces conceituais sólidos para esta análise, destacando a relevância da representação autêntica e da narrativa própria na literatura indígena. A metodologia adotada envolve a aplicação do conceito de escrevivência, termo cunhado pela escritora Conceição Evaristo, além de revisão bibliográfica e análise crítica das obras de Kambeba e Ferseck, visando compreender suas contribuições para a compreensão das vozes e experiências das mulheres indígenas. Os resultados revelam que as narrativas dessas autoras oferecem uma visão profunda e sensível da vida das mulheres indígenas contemporâneas, evidenciando sua resiliência, força e luta por justiça e igualdade, inclusive contra a violência que afeta seus corpos. Os poemas analisados refletem a invisibilidade e o silenciamento enfrentados pelas mulheres indígenas, ao mesmo tempo em que celebram sua capacidade de resistência e transformação. Ambas as autoras proporcionam uma perspectiva singular das experiências e desafios enfrentados por suas comunidades, contribuindo significativamente para o corpus da literatura de Língua Portuguesa contemporânea. Por fim, esta pesquisa ressalta a importância de reconhecer, valorizar e preservar as narrativas das mulheres indígenas na literatura, não apenas como um registro cultural, mas como uma voz proeminente e necessária que ecoa através do tempo, demandando seu espaço e reconhecimento no cenário literário nacional e internacional.</p> Thaila Bastos da Fonseca, Greiciele Rodrigues da Costa Copyright (c) 2025 Thaila Bastos da Fonseca, Greiciele Rodrigues da Costa https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/16287 Wed, 16 Apr 2025 00:00:00 +0000